De todos os covardes, eis que eu sou o mais miserável deles
Pois sou covarde até diante da minha própria covardia
Opróbrio, meio homem, meio nada, sigo na margem da vida dos outros
Pelos outros, nos outros, com os outros, tão dos outros que já não sou meu, que já não sou eu, desde que deixei de ser seu, eu já nem mesmo sou…
Metade, ou metade da metade, ou ainda um décimo disso
Uma fração, uma divisão, um resto
Lixo não reciclável
Uma parte de um todo inexistente,
Um ser dolorido e inexpremivelmente carente
Pratico diariamente a mendicancia de cuidados e carícias que deixaram de existir
A cada dia sou menos
A cada dia dói mais
A cada dia a noite é mais longa
A ausencia é mais presente
O vazio é mais completo
Irremediável, irreparável
Dói
Ponto .
Ponto final…
Se ao menos houvesse um ponto final
Mas em mim há exclamações, interrogações e reticências apenas
Há penas
Tão miserável sou que me compadeço de mim mesmo
O mundo é uma grande engrenagem
Que faz minha dor seguir adiante…
Crescente
Reticente
Sem jamais encontrar um ponto onde se ache um final
Sem jamais encontrar
Um ponto final (…) (???) (!!!)
Sem jamais
Sem mais…
Sem
Você
Sem
Mim
Sem
Nós
Sem…
[PH]elipe Ribeiro Veiga
Um comentário:
Você é mais valioso do que pensa ser.Não és metade e sim um todo, colaborador dos seres...Sua carencia pode ter fim, a partir do momento que você regressar ao seu primeiro caminho, ao caminho do teu Inspirador, daquele que te ama incondicionalmente.
bjus *-*
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