quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Não Vale a Morte das Rosas (Ódio e Amor) - 10 de Janeiro de 2010 - 22:42

Foto: Maurício Muniz


Arre!
Estou farto dos amores!

Dos que foram e não me deixam em paz
com suas fagulhas sob lenha molhada pela chuva da vida.
NÃO ADIANTA! Não há fogo em lenha molhada!

Dos que podem ser e não me deixam em paz
como possibilidades me pressionam a escolhas
a conflitos entre meu ser e meu querer ser
entre meu estar e meu querer estar...

Dos que serão e não me deixam em paz.
Acaso será impossível viver sem se apaixonar?
Sem enlouquecer por essa corrida sem pódio?

Estou farto do amor!

Coisa doentia, dolorosa, cheia de vilania e malícia!
Coisa perniciosa!
Cheia de exigências, penhores, embargos, necessidades, preços a serem pagos!

Acho que não vale a morte das rosas
o buquê que carrega o ser apaixonado.
As rosas morrem, o amor também
e tudo é vão, e tudo é em vão!

Brigamos, nos desgastamos
gritamos, choramos
sofremos e fazemos sofrer
ferimos e somos feridos

tudo em nome de conjugar o verbo amar...

Partimos em tantos pedaços o nosso coração
que creio que tal qual o pulmão
as próximas gerações nascerão com dois...

Me canso de sentir!
Me canso de pensar!

Sei que todo amor tem um pouco de ódio
e todo ódio um pouco de amor.
Mas se é assim o que será de mim que odeio o amor?

Dizem que o coração pulsa,
o meu lateja!

Dizem que o coração bombeia sangue,
o meu sangra!

Dizem que o coração ama!
o meu?

Sente sua falta...

[PH]elipe R. Veiga

Ass: (L) - Seu eterno Mogwai... =~
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"Nós não podemos amar, filho. O amor é a mais carnal das ilusões. Amar é possuir, escuta. E o que possui quem ama? O corpo? Para o possuir seria preciso tornar nossa a sua matéria, comê-lo, incluí-lo em nós... E essa impossibilidade seria temporária, porque o nosso próprio corpo passa e se transforma, porque nós não possuímos o nosso corpo (possuímos apenas a nossa sensação dele), e porque, uma vez possuído esse corpo amado, tornar-se-ia nosso, dei xaria de ser outro, e o amor, por isso, com o desaparecimento do outro ente, desapareceria..."

Fernando Pessoa

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"Tudumtz..."

Patrick Kitzinger (beeeeeeijus)

2 comentários:

Eliel disse...

Gostei muito, só não concordo cem por cento que o amor seja em vão...de algo ele vale, nem que seja pra nos fazer feliz por uma migalha de tempo. fazer valer a pena cada segundo vivido. tudo na vida passa. porque não o amor? se também é coisa da vida. acho que é perigoso caminhar no gelo fino da crença de que ele é pra sempre. nem nossas lembranças dos momentos vividos são pra sempre, elas se vão conosco. a vida é efêmera, e tudo que ela nos proporciona também é. o que importa é fazer valer a pena. que seja eterno enquanto dure, nem que dure o instante de uma troca de olhares enquanto você caminha na rua...

Unknown disse...

Olá!

Você não me conhece, mais tenho lido seus poemas no blogger.
Somente gostaria de te falar que adoro o jeito como escreve.
Parece que está descrevendo cada coisa que estou sentindo, exatamente como o que diz a citação de Mario Quintana.
Parabéns pelo talento!

Bjo

Elaine Luiza Vieira

Sobre um cofre no peito.

É de uma longa caminhada que venho, e foi nesse processo de muitos anos que fui aprendendo a sanear meus comprometimentos. Não por mero rigo...