A morte se debruça sobre o muro
feito um pivete maroto
E contempla o quintal do mundo
e rouba-nos o fôlego como quem rouba uma manga de um fazendeiro
que já tem tantas, que nem se dá conta da perda.
Nós, feito mangas que somos,
ficamos pendurados à vontade do vento
crescentes ao acaso segundo a vontade das estações
que já não são tão pontuais assim.
A vida segue feito uma grande bobagem
somos uma travessura de Deus
e a morte?
Talvez a unica coisa que não seja acaso
Trata-se de um furto premeditado
pensado e muito arriscado
feito com desejo e esmero
Ao contrário do brotar de nossas vidas
acidental, indiscriminado...
Talvez a morte seja a unica carícia de Deus...
De tão carentes e sós que somos
Ele nos acaricia...
morremos...
de emoção.
Phelipe Ribeiro Veiga
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Será assim, amiga: um certo dia
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente,
O beijo leve de uma aragem fria.
Vinícius de Moraes
2 comentários:
voce se superou nestas delicadas pelavras de vida e morte.
Muito bom passar aqui...mas acho que sempre digo isso né... rsrsrs...
beijo.
Por vezes, a morte é a própria representação de Deus e não sabemos. Sim, é pura transformação.
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