sexta-feira, 6 de março de 2015

Sobre minha avó (e lembranças)

As vezes ainda me lembro do cheiro que tinha a casa de minha avó, cheia de bibelôs onde eu não podia, mas insistia em correr pra alcançar o pote de biscoitos maisena que eram repostos para minha chegada. A casa de minha avó tinha um cheiro específico, um misto de seu leite de rosas com alguma coisa mais e gosto de biscoito de maisena, e sempre que me lembro dela ainda sinto o cheiro e o gosto da época. Ainda lembro da sensação de me sentar no chão entre a cama e a televisão para espalhar brinquedos, assistir desenhos ou seja lá o que fosse. Havia a caminhada de todas as tardes pela Moreira César para a qual ela sempre se arrumava e se perfumava toda. Hoje quando penso nela queria me sentar ao seu lado e pedir desculpas por tanto desajeito infantil da criança que fui, queria dizer das coisas que a idade que tinha jamais me deixaram transformar em palavras. Eu queria muito fazê-la rir, fazê-la rir muito, e acariciar seu coração tão partido, tão deixado, e depois deitar a cabeça no seu colo e sentir suas unhas sempre grandes passarem pelos meus cabelos. Saudades...

Phelipe Ribeiro 
06 de março de 2015-11:35

"O passado não sabe seu lugar, vive se fazendo presente" Mario Quintana 

Sobre as meninas de bicicletas.

Hoje passaram por mim duas meninas em bicicletas sem rodinhas. Me transporto instantaneamente àquele dia em que, pela primeira vez, eu, com ...