sábado, 12 de dezembro de 2009

Reflexões do Subsolo do Paraíso – 12 de Dezembro de 2009 – 14:16




Eis que acenderam uma vela no paraíso e a fumaça veio descendo
e formando nuvens escuras em nosso torpe céu. E eu estava a desperdiçar mais uma
tarde a encarar os esmos céus (a espera nem sei do quê) quando fui tomado por
uma reflexão a respeito desse nosso lugar que nada mais é que o subsolo do
paraíso. Subsolo porque está abaixo, e porque é permeável e permite que desça
pra cá tudo que de lá é expurgado. Comecei a questionar o porque de aqui
estarmos nós soterrados… afinal, quem habita o subsolo senão insetos, vermes e
mortos?! Deus! Faz todo sentido!




Mas foi ai que a história ficou mesmo interessante…

Me ocorreu um fato… Acaso não se enterram também os tesouros? E nessa reflexão adormeci… e embarquei navegando na fumaça daquela mesma vela…

Tive então um sonho de mil dias onde Deus nosso Senhor roubava dos devaneios adormecidos de Seu Pai, o implacável Senhor de coisa nenhuma sua idéia mais insana. A construção de uma colônia subterrânea habitada por vermes, mortos, insetos e diamantes, e enterrou-a secretamente. Assim sendo, desde então Deus descansa sentado em cim de seu tesouro secreto e roubado. E em meu sonho Ele me contou todos, isso mesmo, absolutamente todos os segredos do que é, do que não é, e do que deixou de ser.

Óbvio que ao acordar eu esqueci de tudo isso, que a propósito, só conto aqui porque faz algum tempo, tudo que me resta é sonhar, e me esconder neste mundo onde não há interdítos.

E me pego agora com o coração a berros mudos pedindo e implorando:

“Deus! Desenterra-nos, se acaso somos mesmo teu tesouro, pois apodrece sob teus eternos passos todo o teu ouro!”

[PH]elipe R. Veiga

2 comentários:

Menina Pequenina disse...

Ele só pode desenterrar aqueles que o querem. Ele te retirará da terra, basta chama-lO !

Anônimo disse...

você não é sensível: você é absurdamente sensível.

Sobre um cofre no peito.

É de uma longa caminhada que venho, e foi nesse processo de muitos anos que fui aprendendo a sanear meus comprometimentos. Não por mero rigo...