A existencia me acaricia. Chove sobre mim. A vida me rega. É assombroso perceber meus pares, já os percebo pelos olhos nos meus olhos, sei, viemos do mesmo lugar, vamos pra lugar algum, juntos, a sós. Há um lugar separado pra nós. Pros nossos nós. Minhas vergonhas já não meenvergonham mais, meus pecados já não me pesam mais. Está tudo acariciado, aceito, alocado, meu nível de auto-aceitação é tamanho que me preocupa, mas me aceito tanto que a preocupação passa, sou o que sou.
Há porém que se admitir que meu coração vacila, minha corrente sanguinea vai abrindo novos afluentes em meu corpo, sangro. Tudo em mim é claudicante, é feito dia nublado onde o sol parece se esforçar para não ficar encoberto, mas existe uma força indecisa nos céus que mantém a briga, impede qualquer vitória. É uma felação celeste, e é nisso que se espelha o meu sentir. E admito que não há verdade em mim, e antes que se aprece a me julgar em jornais, digo que também não há mentira, há apenas mais uma versão pro inexplicável do mundo. Começo na alma, termino na pele, o mais é suposição.
Sou uma rosa, meu odor se sente de longe, e eu danço com a brisa a seduzir por visão, olfato, sensação. Porém minha pétala muito provavelmente não durará uma unica estação, meus espinhos secam com o fim do perfume e da maciez, tornam-se rígidos, firo. Ao meu redor há um mar de rosas. Abaixo de mim um oceano de espinhos. Eis minha proteção, minha defesa... assim mantenho a salvo o meu coração, até que alguém insendeie o roseiral... estou são.
Sim, sou uma rosa caída a beira de um árido caminho, e te digo isso pra não dizer que não falei de espinhos.
01 de Abril de 2011 - 20:11
5 comentários:
Sua poesia é sempre intrigante e linda... E sobre a sua alma eu insisto em dizer que um dia essa luta há de acabar e vc vais e lembrar de tudo o que eu disse.
Cuide-se bem...
Lord bless you!
belo, belíssimo!
Esse texto tá mto bacana e vc como psicologo vai entender bem os dois lados da moeda...
http://switchfooters.blogspot.com/2011/04/bullying.html
Gostei do seu texto. Comungamos de sentimentos comuns. Nossos espinhos são o que mais nos revelam. Milton
Quem deixou a rosa cair ao chão?
E será que o espinho desta feriu a frágil mão?
Não se sabe... Não se saberá.
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