Às vezes é preciso deixar o amor coisa quieta, sem cutuca-lo,
sem chacoalha-lo, deixa-lo lá, imóvel, sem conferir se está vivo. Às vezes é
essencial ao amor um descanso, e até um descaso, mesmo quanto aos seus
batimentos (taqui)cardíacos. Deixa dormindo, refletindo, re-sentindo. Deixe-o
que se for, foi, e terá ido, e se ficar, farar-se-á mais a si mesmo, o amor confortável
é sempre mais amável. E não se deve, nessas vezes, temer algum rancor (o ronco
do amor), quem sabe um ressentimento ou dois. Porque não há opostos no mundo,
senão compreensões. Desamar e Amar, chorar e sorrir, pensar e sentir, estar junto
ou sozinho. Feito a perna esquerda e a direita, sem esses revezamentos, na
Vida, não chegaríamos a lugar algum.
Phelipe Ribeiro Veiga
07 de Março de 2014 – 15:51
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