sábado, 22 de março de 2014

Sobre a erva-passarinho.



Minha existência é um encherto na árvore dos dias. Sou feito a erva-passarinho. Trazido por asas despretensiosas eu me apoio no que por aí existe, absorvo luz, me espalho e daí pego carona nas asas alheias e voo de novo. Não há raiz que me explique, nome científico que me contenha, não há fruto que a mim se determine, desobedeço as estações, e não me importo que me confundam com uma praga qualquer. Sou planta em movimento sem necessidade de vento. Sou o que sou, e a minha caminhada consiste em me assumir tal como vim, erva-viajante de estados de ser, sem compromissos alheios, senão com o que me faz fértil e vivo. A minha Vida está aí pra ser v(í)vida propositalmente. Há!

Phelipe Ribeiro Veiga
22 de março de 2014 - 15:57


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