segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O Osso do desejo.



É o desejo, íntimo-e-dado, oferece-sido, mas envergonhado no canto, desafinado, constrangido com o só-riso do outro. É a rua, sem saída, o beco, a casa alheia: o desejo, o encontro, a vida. É o desejo no amasso, todo amassado, com a lou-cura. É a "negócia", o feminino do negócio que não negocia, nada, em águas turvas não se faz com-sessões. A tranque-eira que não funciona na beira e nem na tranca. É o dez-encontro ou o encontro onze, é a ré-volta fazendo rodeios sem peão, é o ímpeto de amante ama-dor. É a chuva bem guardada, sem guarda-chuvas. É o medo. É o desejo articulado em paralisias, arquiteto de engenharias, se perdendo sem querer perder, a fim de só per-doar. É o ímpeto de re-partir palavras só pra não ter que partir mais nada e jamais ter que partir de novo. Ih-rompeu, des-pedaço-sou. É o desejo, ou então sou eu. A costela, o dente? O Osso! 

Phelipe Ribeiro Veiga
25 de Janeiro de 2016 - 12h37

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