domingo, 30 de novembro de 2008

Da Chuva que Veio Contigo - 30 de Novembro de 2008 - 14:45



Viestes a mim como a chuva que não é esperada, que por meteorologista algum é anunciada
e devo adimitir que pouco antes de sua chegada eu até avistei umas nuvens no horizonte
estava planejanto praia pro dia seguinte, viagem e muita curtição... mas sua chegada mudou meus planos todos

E foi de repente que o sol foi escondido por sua presença, o céu foi tomado por você
Naquele dia meu céu era você...
E eu levei guarda chuvas, capa e me preparei pois já ventava forte
mas os ventos não te moviam...

Foi quando a primeira gota atingiu o polegar da minha mão esquerda
e num reflexo mais que espontâneo, eu puxei o guarda chuva e o abri
e as gotas caiam preguiçosas, escurecendo o cimento e escorrendo pelas folhas das árvores

E ali onde eu estava eu parei, e fui invadido por uma inveja que só sou capaz de adimitir aqui nestas letras para as quais eu não tenho segredos...
E por esta inveja daquele mundo molhado por ti é que eu fechei o guarda chuvas, tirei a capa e deixei você escorrer por sobre mim
Tomando posse de cada parte de mim, descendo pelos meus cabelos, rosto, boca, pescoço, peito, barriga, coxas, pernas, pés... sombra...
E eu e você mesclados naquele momento, molhados... 

Até que você se foi, e meu mundo continuou nublado
por essas nuvens leves, que não vão embora nem desabam sobre nós
apenas impedem a luz de me alcançar, o sol de me secar...
e agora, o que resta de você em mim só me causa uma coisa...

Frio...

[PH]elipe R. Veiga

8 comentários:

Unknown disse...

Poetinha vagabundo que nada!

Endereço desse blog tinha que ser poetinha do futuro!

Keep doing this pepeu!

U awesome

Menina Pequenina disse...

Grandioso o texto... Um dia o frio irá passar e o calor invadirá a tua vida... beijos lusos a ti menino prodígio! *.*

Unknown disse...

Cai em seu blog por indicação de um amigo e tenho gostado muito do que tenho lido aqui.
Textos de uma inspiração fascinante.

Sobre o trecho... “apenas impedem a luz de me alcançar”... Queria comentar que esse me parece o pior efeito desse forma de sentir o frio, pois o frio em si é gostoso. Mas o frio que gera escuridão impede de enxergar o próprio interruptor e ligar a luz... ou congelamos ou ficamos em busca de outras fontes de luz até perceber todo esse jogo.

Enfim... mas uma vez belo texto!

André disse...

Bro, que linda essa poesia da Chuva!
Vou ler os outros posts depois! Já pensou em fazer do poetismo uma profissão, tem futuro ein?! AMo. :P

Anônimo disse...

cara, não seja tão frio, afinal, o que se foi? a chuva ou a vontade de ser molhado?

Frente Verso Copiadora disse...

O seu calor é capaz de aquecer esta água que insiste em gelar sua alma. Então, contagie ao invés de ser contagiado.

Ingrid disse...

Maravilhoso! Parabéns!

joci Sampaio disse...

Chuvinha essa que não molha minha horta! hehehe ;) Gosto dessa forma!

Sobre um cofre no peito.

É de uma longa caminhada que venho, e foi nesse processo de muitos anos que fui aprendendo a sanear meus comprometimentos. Não por mero rigo...