domingo, 9 de maio de 2010

Somos Homens – 09 de Maio de 2010 – 23:48



Um dia um homem tomou nas mãos os materiais necessários e lançou-os sobre uma determinada forma, numa determinada ordem, e fez essas teclas, e as fixou, e deu a elas sentido, elas existem pelo que são, teclas. As luzes para iluminar, os carros para locomoção, aviões para voar. Aviões não são submarinos, submarinos são serão aviões, se o forem, serão outra coisa qualquer... mas e nós o que somos?

Costumam dizer que somos homens. Cada coisa recebe seu nome devido sua origem e função. Mas nós não sabemos nossa origem, e podemos fazer tantas coisas que não se sabe pra quê somos feitos, porque existimos, se acaso um ser superior nos colocou tal qual as teclas sobre um teclado com algum objetivo, isso não sabemos. Falta-nos sentido, função, razão. O que somos afinal?

Somos homens.

Definição de homem: Massa de ossos, carne, músculos, sangue, impulsos elétricos e uma outra coisa qualquer que reside ocupando lugar no espaço, se locomovendo desorientadamente atrás de uma razão para se locomover, sem nenhuma razão de ser.

Vivemos sem saber pra quê, perdemos a vida como quem perde uma moeda de cinco centavos, perdemos amores como quem chega atrasado ao ponto de ônibus e ainda o vê sumindo na estrada adiante. Perdemos quem amamos como quem leva uma bala perdida, não sabemos como as pessoas surgem, nem como podem tão repentinamente partir, a aparência que se mostra no espelho se vai sem que nos demos conta disso, um dia olhamos e não somos mais, fomos. Vivemos agregando coisas e perdendo-as, a vida é mesmo “um adeus demorado”(Fernando pessoa).

E nós? Chaplim disse “Não sois máquinas, homens é que sois.”... antes fossemos máquinas, ao menos daríamos defeito e seriamos substituídos por modelos mais modernos com a certeza e a consciência limpa por termos nos prestado àquilo para quê nascemos... mas quanto a nós não há absolvição. Somos homens, e portanto... não somos nada...

Que angústia!

[PH]elipe R. Veiga

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"Ser ou não ser? Eis a questão" - William Shakespeare (Hamlet)

6 comentários:

Juan Moravagine Carneiro disse...

Cheguei aqui através de outros espaços...e achei bacana seu espaço...tem um olhar diferenciado...

Retornarei

abraço

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

R. Veiga

Gostei deste seu recanto,
serei uma seguidora,
aqui em New York

Efigenia Coutinho

Bruno Viga disse...

Muito bom este texto amigo. Concordo com seus pensamentos. O que mais me deixou pensativo é o fato de que temos que tentar esquecer o "ser ou não ser" para poder ser alguma coisa. Qq coisa que nos faça feliz por mais que não tenhamos surgido, de repente, para se-las. A busca da razão que nos contente, por mais que não tenhamos como acha-la. Sejamos o que quisermos ser, seguindo o caminho do AMOR à tudo.

Jeferson Cardoso disse...

Sei lá. Se você vai ao meu blog percebe que sou cumplice da humanidade e que estou tentando e dando uma chance a todos nós.

Acredito na humanidade, mesmo com os incontáveis erros que cometemos.

Abraço do Jefhcardoso

Evandro L. Mezadri disse...

Belo texto e belo blog.
Serei um seguidor.
Grande abraço e sucesso!

gorettiguerreira disse...

Feliz e sábio seu texto. Mas, ainda quero acreditar no homem que pensa e que muda o mundo quando bem quizer.
Bjs Goretti

Sobre um cofre no peito.

É de uma longa caminhada que venho, e foi nesse processo de muitos anos que fui aprendendo a sanear meus comprometimentos. Não por mero rigo...