
Há no mundo um celeiro de orfãos. Lá há uma espécie de homem orfão de pátria, de nação, de família, de futuro e de amores. São seres orfãos por opção, seres incapazes de adequação a qualquer coisa que é porque estão envoltos pelas penas do mundo, pena da vida, dos vivos, dos mortos, dos que amam, dos que odeiam, pena de tudo (até de si mesmos), pois sentem e acreditam que tudo poderia ser muito melhor. Nascidos para chocar, suas almas são rebeldes, fazem barulho e muita sujeira, e estão chocando o mundo todo o tempo, permanecem sentados sobre o globo terrestre como galinhas a chocar ovos, a espera de que um dia ele parta ao meio e surja de dentro algo mais vivo, mais inteiro, autêntico e definitivamente melhor.
Phelipe Ribeiro Veiga
22 de Fevereiro de 2011
Phelipe Ribeiro Veiga
22 de Fevereiro de 2011