sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ameaças de Afogamento



Quem foi o tolo? Ambos, tu ou eu? O fato se resume brevemente, estais a lançar meu sentimento por você no mar dos seus defeitos muito prematuramente, e como meu sentimento é recém nascido já não sei se sobreviverá, ele está sem ar. A gestação do meu coração é de muitos meses e sempre é de alto risco. E agora que já é nascido, penso em eu mesmo terminar de afogá-lo.
Fato é que meu coração casou-se ainda no ventre de minha mãe com a paixão, mas já faz anos que abandonei essa relação e vivo em adultério apaixonado com a razão, e fato é que pra roubar-me dessa relação razoávelmente apaixonada há de se ter empenho, dedicação e muita compreensão e acima de tudo paciência.
Mas não, nada disso estais a enxergar. Você provocou o oceano manso do meu desejo e agora nega-se a lidar com essas ressacas? Pois bem, se há de sobreviver qualquer recém nascido sentimento no mar de seus defeitos, há de ser lançado a outro mar, encarará as ondas furiosas do meu desejo, e então veremos o que sobreviverá.

Phelipe Ribeiro Veiga
18 de Fevereiro de 2011

4 comentários:

Evandro L. Mezadri disse...

Muito bom Phelipe, poético e filosófico seu texto.
Grande abraço e sucesso!

Fruto que vem da terra seca disse...

Eu sei que eu não deveria estar aqui, mas estes seus textos são tão bons que eu nem consigo parar de le-los! Eu amei esse em particular... Porque vc não se rende ao amor, isso faz bem para si proprio e afeta o mundo ao redor, você via ver que tudo vai ficar mais veremlho( q eh a sua cor favorita)... Se entregue, esqueça se alguem te disse q vc e o amor jamais vão se acertar.


Seja feliz!

Anônimo disse...

Como vc nunca encontrou esse post vim deixa-lo aqui pra vc ler...

http://www.fotolog.com.br/hello_hurricane/24702635

Janaína ferraz disse...

MUITO BOM MESMO !
Esse universo complexo dos sentimentos, que mais parece um mar revolto.
Estou seguindo, volto mais vezes.
:*

Sobre um cofre no peito.

É de uma longa caminhada que venho, e foi nesse processo de muitos anos que fui aprendendo a sanear meus comprometimentos. Não por mero rigo...