Amanheceu!
Senti gosto de antes de ontem na boca, o travesseiro cheirava a semana passada e o lençol trazia amassados de meses, e o estranho é que a roupa de cama era recente, mas havia algo de antigo ali. A "novaidade" pesava já nos seus primeiros passos, mas pesava com peso de anos, com a medida de velhas idades. A aquiecencia de meu espírito àquela situação me espantava. Então agi, deitei-me sobre minha própria sombra, e nela procurei me abrigar, me aquecer e aquecê-la, e escondê-la daquele sol insípido, velho, enrugado que se erguia no céu. Sabia que tanto eu quanto ela aguardavamos o nascimento de uma manhã mais nova, mais sorridente, de uma estação mais quente, onde há mais flores e menos folhas secas. Deitei-me não para voltar a dormir, mas para me aquecer, e aquecê-la, e esperarmos juntos na nossa esperança, na esperança da não jornada, na esperança de que talvez, com boa sorte, não seja necessário se mover (a não ser por dentro), mas se aquietar, se acalentar, e esperar ali mesmo os raios desse sol novo. Eu e ela conversamos, falamos dos nossos medos, porque toda estação traz uma consequencia ou duas, e como tudo, um encargo, um custo, um ônus. Acalmei a ela, disse pra que ela se aquietasse dessas ansiedades e curtisse nosso encontro. Teríamos um ao outro nesse inverno, compostos como palavras de um verso reticente a espera não de um ponto final, mas de uma exclamação, já que esta traz muito mais emoção e combina muito mais com uma boa estação. Aquietamo-nos amigavelmete, langorosamente, oferecendo um ao outro tudo o que falta nessa estação fria, com corações aquecidos, numa atitude aparentemente ociosa, porém explodindo por dentro, mudando, se tranformando e se aproximando de ser quem somos, trabalhando arduamente pra estarmos prontos, já que bem sabemos do que é certo, a primavera virá!
Phelipe Ribeiro Veiga
23 de Maio de 2011 - 11:18
Senti gosto de antes de ontem na boca, o travesseiro cheirava a semana passada e o lençol trazia amassados de meses, e o estranho é que a roupa de cama era recente, mas havia algo de antigo ali. A "novaidade" pesava já nos seus primeiros passos, mas pesava com peso de anos, com a medida de velhas idades. A aquiecencia de meu espírito àquela situação me espantava. Então agi, deitei-me sobre minha própria sombra, e nela procurei me abrigar, me aquecer e aquecê-la, e escondê-la daquele sol insípido, velho, enrugado que se erguia no céu. Sabia que tanto eu quanto ela aguardavamos o nascimento de uma manhã mais nova, mais sorridente, de uma estação mais quente, onde há mais flores e menos folhas secas. Deitei-me não para voltar a dormir, mas para me aquecer, e aquecê-la, e esperarmos juntos na nossa esperança, na esperança da não jornada, na esperança de que talvez, com boa sorte, não seja necessário se mover (a não ser por dentro), mas se aquietar, se acalentar, e esperar ali mesmo os raios desse sol novo. Eu e ela conversamos, falamos dos nossos medos, porque toda estação traz uma consequencia ou duas, e como tudo, um encargo, um custo, um ônus. Acalmei a ela, disse pra que ela se aquietasse dessas ansiedades e curtisse nosso encontro. Teríamos um ao outro nesse inverno, compostos como palavras de um verso reticente a espera não de um ponto final, mas de uma exclamação, já que esta traz muito mais emoção e combina muito mais com uma boa estação. Aquietamo-nos amigavelmete, langorosamente, oferecendo um ao outro tudo o que falta nessa estação fria, com corações aquecidos, numa atitude aparentemente ociosa, porém explodindo por dentro, mudando, se tranformando e se aproximando de ser quem somos, trabalhando arduamente pra estarmos prontos, já que bem sabemos do que é certo, a primavera virá!
Phelipe Ribeiro Veiga
23 de Maio de 2011 - 11:18
2 comentários:
Que a esperança brote em seu coração... E a primavera floresça da melhor maneira possível!
Seja feliz
Phelindo
Hurricane
que gostoso de ler.. aquece o coração..os detalhes delicados..
beijos Phelipe..
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