A minha poesia alcançou a meia idade, ficou acima do peso, acumula dobras no corpo e vagareza nos movimentos. Anda mal-humorada, mal amada. A verdade é que ela está feito essas beldades que envelhecem e não se dão bem com a nova cara que o espelho lhe oferece. A minha poesia hoje não usa mais as roupas provocantes de antes, não tem mais a mesma maquilagem exuberante e chamativa. A minha poesia desacreditou-se de sua própria sensualidade, aliás, ela já nem sabe mais o que é isso. Minha poesia está velha, está cansada, acima do peso e sem nenhuma aparente vontade de dar a volta por cima. Nosso convívio não é mais o mesmo. Já nem nos tocamos mais faz muito tempo. Nossa relação se tornou fria, feito esses casais que já não se querem mais, mas tem preguiça de recomeçar. Desse jeito acho que vou deixa-la. Desse jeito acho que vou parar de escrever.
Phelipe R Veiga
14 de outubro de 2013 - 17:28
"(...) e a poesia ou a literatura uma borboleta que, pousando-me na cabeça, me torna tanto mais ridículo quanto maior for a sua própria beleza." Fernando Pessoa
2 comentários:
Não, não pare de escrever.
Escreva uma lista das coisas que mais lhe apraz,
Faça lista de uns amigos bem achegados,
Mande um recado poetizado,
Critique sua cidade...
Não deixe de escrever, jamais...
Pois digo não pare! Por mais que o casamento esteja desgastante não peça seu divórcio! Já pensou como ficaria seus filhos? RS... E um poeta que não escreve, é como assinar seu estado lamentável de depressão! E se agoniar com sua própria dor! Morrendo em vão!
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