segunda-feira, 20 de julho de 2015

Há o momento em que o vocabulário do amor se esgota. Faltam palavras novas, e aí é normal que se repita, se revisite, se reedite. É normal que haja silêncios, e nessa busca por palavras novas, apelações graves, agressividades, promessas de últimos avisos. No desespero se dizem palavras que desde o início já era condicional: nunca serem ditas. Na tentativa de salvar o amor de seu estado lacônico, que vibra mas não diz coisa alguma, do que diremos nós? O que não somos capazes de fazer pra salvar quem fomos no amor um dia? Quando chega a isso, a esse Estado de Coisas, quando as palavras já não dizem, ou se escuta a sinonímia possível em cada coisa já dita, o não-dito de todas as frases velhas, ou se renovam significados a despeito dos significantes já conhecidos, ou se desliza nessa cadeia carcerária das palavras ou o que restará é só um Vocal-Bulário só de contra indicações e interações químicas perigosas. Quando vemos já é tarde demais e não haverá mais nada a ser dito.

Phelipe Ribeiro
20 de Junho de 2015-17:03

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