Quem me olha, será que sabe?! Será que essa profundidade tão epidérmica que se faz presente nas minhas marcas de expressão, nessas minhas cicatrizes da repetição de sorrisos e lágrimas, nisso que é tão superficial, será que está mesmo à vista? Ou será que é só a prazo que se faz ver? E a que olhos? Será que eu mesmo sou capaz de ver o que carrego nas mãos? Acaso não seria essa a explicação do peso que sinto tão injustificável? Não! Eles todos eu sei que nem à vista nem a prazo percebem nada de mim. Me veem tão pouco quanto eu a eles. São uma sombra de mim mesmo tanto quanto sou deles eu mesmo. Não me veem e nem eu vejo ninguém, estou só é cercado de uma multidão que sou eu. Todos os sentidos se resumem ao tato, e é tudo tão raso a ponto de se alcançar o fundo com a falange dos dedos, e é tudo tão profundo a ponto de eu me afogar. Do início ao fim, o que há é sens-ação e mais nada. E no dia que eu for, já terei s-ido.
Phelipe Veiga
24 de agosto de 2015 - 19:06
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