quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017



No tocante ao toque, nada me toca. 
Eu, cansativo, não me toco que nada me toca, 
daí sigo nessa com/Pulsão de precificar o momento, 
dividir a conta, 
presumir os investimentos e os rendimentos do afeto. 
Essa repetição performativa do que não sou pro outro 
e do que o outro não é pra mim. Esse resto de certeza que faz duvidar. 

O encontro para mim se mede na reciprocidade... ?! 
O enamoramento, solitário, se solidifica, eis... 

o muro.

Um muro de lamento/ações.  

O encontro desencontra à luz de um luar trancafiado nos meus olhos. 
Não tem como com/partilhar a lua, nem o beijo, nem o abraço, nem o tesão, nem o gozo, nem a dor, nem os balbucios repetitivos de minhas tentativas de fazê-lo. 

Nesse desencontro há reciprocidade,
a inexistência compulsória e sem exceção
das possibilidade de aproximação.

Fica esse esfregar-se no nada 
feito à lâmpada vazia de um gênio des/falecido.
Já não pelo desejo nem pelo gênio, 
mas pela lâmpada firme, fria e consensual,

"não há relação sexual".

Phelipe Ribeiro.
16 de fevereiro de 2017 - 20:01

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