Foto: Jean Paul Four
A mão passa que eu nem vejo
a cabeça não para de pensar, o pau fica duro na hora imprópria, na hora H os olhos viram... e a barriga estufa bem na hora da foto, o coração dispara quando o medo vem, já a cabeça, de novo ela, está em outro lugar. O corpo em desgoverno. Sou onde não estou. O que se há de fazer?
O corpo espremido dentro da roupa,
gravata no pescoço, sapato de couro no pé, desemprega-se o corpo.
O corpo reage à desconsideração da temperatura ambiente.
O corpo sua, estraga o cabelo, a roupa, o modelo.
O corpo Corpo-Ração, alimento pro sistema
Corpo recurso humano da produção.
O corpo-oração, do barro, do pecado
pra queimar ou ser ressuscitado.
O corpo produto, do consumo, de comer com a mão,
O corpo tesão!
Eu no corpo, atrás dos olhos, no peito, "pensando com os pés" (2).
Vítima do corpo.
Vitimado corpo.
O que pode o corpo!
Phelipe Ribeiro Veiga
15 de Abril de 2016, 20h39
(1) Spinosa
(2) Lacan
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