Neste templo de vida e de morte, lugar de chegada, de partida e de agonia e alegria as paredes ecoam solidão. Seus sacerdotes não estão onde estão, estão trabalhando. Meu sofrer é matéria prima de olhos técnicos que não se compadecem, não me tocam, não sabem quem eu sou, querem salvar-me por um dever descompromissado comigo. Aqui não sou ninguém, aqui não sabem quem eu sou. Nem aqui nem em lugar algum. Solidão ecoa, desamparo não perdoa, e eu agonizo a espera quem não sabe cuidar, só aprendeu a curar... E que Deus me proteja e a Vida me abrace forte porque a Terra em que estou é de puro abandono.
Phelipe Ribeiro Veiga
13 de Junho de 2012 - 14:58
Texto escrito numa espera de horas por atendimento em uma emergência de hospital sob insensibilidade médica.
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