O que era refúgio virou desterro.
Quando parti, partiu também o vaso.
Quando parti, partiu também o vaso.
Agora é preciso deixar de ser flor de avarandados
e encontrar beleza em ser margaridas à beira de caminhos.
É certo que a exceção se provou regra
e o desamparo se mostrou, familiar.
Escutei junto a um "não sei" o romper da corrente
e meu barquinho seguindo desancorado.
e meu barquinho seguindo desancorado.
Agora cá estou eu, lendo astro/lábios
tentando me guiar por estrelas sempre tão indiferentes.
E justo quando eu já não reconheço mais
a cartografia celeste,
e a bússola do meu desejo,
depois de tanto me desencontrar,
se mostra tão pouco confiável.
se mostra tão pouco confiável.
Uma flor navegante numa densa floresta flutuante
à qual eu não pertenço.
Não sei pra onde ir.
Se ir.
Mas caminho.
De olhos fechados, pés na água,
De olhos fechados, pés na água,
mata adentro, semeando sei lá o quê.
A minha esperança é que flores sejam margem
e eu possa alcançar algum mar pra desaguar
e quem sabe até flor/ir.
Não há.
Phelipe Ribeiro Veiga
Rio de Janeiro, 06 de junho de 2022. 12h57
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
(Fernando Pessoa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário