quinta-feira, 28 de abril de 2011

Amor de Icaro



Fazia calor na cidade naquele dia,
e nossas almas de cera se (a)pegaram uma na outra.
Derretemos e colamos logo nos primeiros abraços,
encontramo-nos casualmente e fomos logo "adestinando" percursos,
isso ocorria prazerosamente já nos primeiros passos, apertando nossos primeiros laços.

Nossa língua se lançava sobre o abismo das palavras sem medo de altura alguma
Divertiamo-nos sobre os riscos de tão grande altura, dançavamos na beira do precipício de nossas palavras, e olha que não olhavamos pro caminho, senão pro caminho de nossos corpos, colados.
Naquele dia de calor seus olhos pegaram aos meus, meus poros aos teus,
naquele dia tropeçamos um no outro e alinhamos uma queda livre,
mas para espanto do mundo (e não nosso) voavamos, feitos em cera e com asas de verdade rumo ao derretimento, na direção do sol.

Phelipe Ribeiro Veiga
28 de Abril de 2011 - 08:36

Um comentário:

Fruto que vem da terra seca disse...

Acho incrivel esses teus textos, sua mente é muito vasta. Seu eu-lirico anda muito encatando e isso é maravilhoso. Mas na minha humilde e reles opinião eu ainda acho Lá vem ela mais bonito, porque é menos enigmatico tem mais amor do que razão.

Admiro muito teu escrever

abraços calorosos

Hurricane

Sobre um cofre no peito.

É de uma longa caminhada que venho, e foi nesse processo de muitos anos que fui aprendendo a sanear meus comprometimentos. Não por mero rigo...