segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sobre meus erros.





Os últimos dias desse ano escruciante (onde somente um outro foi pior de uma vez só) se arrastam e eu já não tenho mais ânimo pra lidar com ele. É feito um casamento que acabou e você é obrigado a dividir o mesmo teto (se eu tivesse um) com essa pessoa que pra você só traz um insosso sabor de coisa nenhuma, de desperdício de tempo. Afinal, que coisa grandiosa pode acontecer em cinco dias que salve os outros 360 que só fizeram doer coisas diferentes em momentos distintos? Que coleção de fracassos e escolhas ruins tive neste ano? Olha, vocês otimistas que me desculpem mas hoje não quero lições, evoluções ou avanços, não quero os bons modos de quem escreve pra dividir o bom, o que eu quero é cantar em alto e bom som minha insatisfação... comigo.


Eu andei parando pra pensar... to fora do meu eixo... do meu querer... do meu estar... e pra quê? Pra onde me leva esse desafiar a vida todo dia a ser menos ordinário e mais extra? A merda de lugar algum. Só me peso mais e mais e ainda sou frágil, descuidado e passional naquilo que nem sempre é o mais importante, mas eu faço ser. 


E daí eu penso... porque é tão dificil ficar só? Que bosta de conversa é essa que fujo de ter comigo mesmo e soterro em conversas com outras pessoas só pra não me ouvir? Que necessidade louca de sentir necessidades? Que mania de babaca de querer ter e ser razão de viver nem que seja de um verme (onde pelo menos pra ele eu seria de fato)? Quanta fraqueza, covardia e espanto! Pra quê tanta fuga disfarçada de encontro? Pra que tanta saudade disfarçada de abraço? Pra que tanto disfarce? Porque não ser sendo com bom senso e boa vontade? Pra que ir na contramão da tranquilidade de novo e de novo e de novo? Erros. Tantos erros... tanto desalento que eu mesmo me trouxe, problemas e confusões que só me fazem lembrar um passado distante onde havia certeza de amor e um abraço quente, sem volta. E meu maior desassossego essa noite é que eu preciso mudar de direção, fazer-me bem custe o que custar, mas acima de tudo, diante de tanta falha e fracasso meu, pelo menos por uma noite e pela primeira vez eu preciso me perdoar... 


Boa noite, ...


Phelipe Ribeiro Veiga
26 de dezembro de 2011 - 21:08

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