quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sexo - 21 de Julho de 2010 - 17:56


Mordo seu pescoço na tentativa de arrancar aos dentes de tua garganta
as palavras que não dizes,
palavras que eu pressinto o sabor em tua lingua enquanto te beijo...
E passo a língua na sua língua
tentando roubar de sua saliva alguma sombra de significado...
Queria falar sua língua...
Morder sua língua...
lamber sua língua...
São nossas línguas... é nossa linguagem...
Sei que por muito não te deixas falar...
Mas teu desejo te escapa
e nos sussurros e suspiros
dizes tudo que é preciso se ouvir...
Sexo
São meus poros beijando os seus
São seus pelos enroscando nos meus
Sexo é língua
e mais do que tudo linguagem...
É uma forma de arrancar do outro o que não pode ser dito
mas que também já não podia mais ficar calado.
É por isso que teus peitos aperto
Queria abrí-lo e lá dentro me abrigar
É por isso que te beijo de olho aberto
Pra nunca perder de vista o seu olhar...
É por isso...
Porque sexo é gozar
acompanhado
É gozar da vida, na vida, a vida... acompanhado
Sexo é discurso, monólogo, diálogo, debate e até discussão...
Conclusão?
Um gemido vale mais que mil palavras!

...
[PH]elipe R. Veiga
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Primeiro é o beijo
Quente, procurado
A língua procurando a outra
E vendo se a boca combina
Se combina o beijo
Meio caminho andado
Depois é a pele
Se a textura vale
O pêlo com pêlo
Ou o pêlo com o seu pêlo
Ou os pêlos com meu pêlo
Ou o mêdo
Qual a cor do amor? - Cazuza

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Febre - 01 de Julho de 2010 - 16;14


Que vontade de você...

Te por contra a parede

Segurar os seus braços

Construir ao seu redor uma rede

De abraços e preencher seus espaços

Inspirar sua pele feito um viciado

Morder seu pescoço feito um esfomeado

Sentir-me em ti assim

Tal qual sinto-me em mim

E ofegante te envolver

Te ser cobertor, de calor te fazer derreter

Feito uma febre te fazer delirar

Pra que em meio a tanto êxtase

Não percebas o panaca que sou

Embasbacado a te contemplar...

[PH]elipe R. Veiga

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Eu traço tantos planos
Brilhantes, antes
De te ganhar num salto
Mortal, de iniciante
Na pirraça de te ter
Por enquanto, por enquanto
Eu miro o índio que eu sou
No teu ser
E alcanço


Viagens tão óbvias
Loucuras tão sóbrias
De um iniciante
De um iniciante


Aprendiz das piscinas
Tão tingidas de escuro
Aonde, peixe safo
Eu nado até você
Até o teu mundo
Que eu também procuro
Nesse quarto sem luz
Nessa ausência de tudo


Blues do Iniciante- Cazuza

(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...