sexta-feira, 18 de março de 2011

"A Insustentável Leveza do Ser"



Quem sabe hoje eu não me desfaça? Talvez hoje eu pegue tudo que sou e jogue por ae fazendo graça e não fazendo questão de nenhuma desgraça que assole o mundo. Porque percebi que eu gasto tanto tempo pensando na fome... na fome... na fome... e esqueço da minha fome. Eu passo tanto tempo elocubrando sobre a vida... a vida... a vida... que esqueço de viver. Eu tento descobrir quem sou... quem sou... quem sou... e esqueço de ser.

Eis o que concluí...

Leve...


Leve toda a injúria, toda a perjúria, leve toda a tristeza, toda questão e toda presteza ou inutilidade dos fatos e das coisas, leve toda bondade e toda maldade, toda moral e imoralidade, seja, não veja, feche os olhos, ame, divirta-se, e se não te divertir mais... esqueça... e não se questione se é bem ou mal esquecer... entre "eis que ser ou não"... seja... leve... leve a maldade do passado, o medo do futuro, o anseio do presente e dê de presente ao esquecimento... leve... leve o que te pesa e seja... leve... feito pena no ar... feito folha ao vento... queime tudo e deixe subir quem és ao céu... leve... feito fumaça... feito oferenda a deus algum... leve... e essa fumaça te cairá feito chuva... leve... tenha filhos ou não... leve... case-se ou fique só... leve... seja levado se leve te parecer... porém seja leve... e quando for ver a vida passou... leve... a morte te leva... leve... e no fim, creio eu... teremos sido... felizes e leves, de tal forma que não seremos enterrados... viraremos brisas... leves.

Phelipe Ribeiro Veiga
18 de Março de 2011 - 16:36

"_Seja leve PH!" - Eduardo Oliveira (Março de 2010) =]

(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...