sábado, 30 de julho de 2011

Mapa do amor eterno




Me dá um hidrocor?!
Eu vou riscar uma palavra em mim, escondida, pra que você vasculhe meu corpo. Movido por sua curiosidade, por quereres saber qual a cor, que palavra, qual o som? Curiosidade de me vasculhar, de me virar do avesso, e pra cada lugar em que não achares a palavra, dar-me-ás um beijo de imposto, pedágio ou coisa assim, a cada três palavras, dar-me-ás uma palavra tua, pra ser ela cativa em mim. Essas palavras serão minhas, só usarás comigo, só falarás a mim. Vasculha, investiga, investe sobre mim dentes, palmas, dedos, sombras, suspiros e coisas do tipo, porque há uma palavra em mim... um risco, que arrisco em riscar, um rabisco secreto e escondido e que te arriscas a tentar achar... e de tanto buscares essa palavra desconhecida, se com sorte, jamais achares, assim, e não de outro jeito, e não de outra forma, me amarás para sempre, vasculhando-me...

Phelipe Ribeiro Veiga
30 de Julho de 2011-14:50

domingo, 24 de julho de 2011

Lição de Tecelão



Vejo! Veja! Eu vejo até demais, e mais do que gostaria!
Penso e sinto nas horas vagas, mas vejo... vejo tantas opções e possibilidades,
e por mais que sofrer seja o mais cômodo, comum e tentador,
cresci, teci uma nova roupa, de cores, muito diferente de mortalhas negras,
sempre advertia você de que eu luto, não faço lutos, e por isso aprendi;
Quando você trata a sua vida com carinho, cuidado e apreço...
ela retribui.

Phelipe Ribeiro Veiga
24 de Julho de 2011 - 21:32

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sobre anjos, apóstolos e resiliência (Mais um texto de esperança)




Agora que o anjo levou embora aquele apóstolo com seus discursos mentirosos de apocalipse e fim dos tempos, agora que os dois se foram abismo acima pra novamente despencar (ou não, pouco me importa, o anjo leva o que não quero mais, o que pra mim não foi suficiente), agora que a verdade veio, a saber, o mundo não acaba, o que fica é um salivar por algo que alimente, por uma história que sustente o coração da gente.

E aí aparecem mais e mais sombras de maldade, oportunidades de ser feliz até a meia noite, relâmpagos que iluminam o céu, mas logo se vão.

Arre! Estou farto desses flashes de luz que só fazem uma vã felação da esperança da gente. Estou farto de promessas sem compromisso ou consciência, Estou farto de desperdiçar minha poesia por aí. Estou farto do egoísmo confesso (e do não confesso também) que desrespeita o outro, que usa, que manipula, que trai e que mais do que tudo é desleal. Estou farto de promessas de oasis nesse deserto que é o coração de tanta gente.

O que eu queria mesmo era um abraso, um abraço, era sinceridade, era transparência e CORAGEM de ser, fazer e estar. Mas em tempos de covardia e maldade o que é feito da esperança de gente como eu? Gente que ama uma rosa, gente que se apega a detalhes, que confia, que acredita, e que não tem medo de pagar o ônus das verdades que precisam ser ditas?

Eu respiro, contemplo o mar sem fim e aprendo com a resignação de suas ondas, que maré alta, maré baixa, continuam a bater sem medo de se cansar. Assim é o meu amor. Meu amor pelo amor, por amar. Gratuitamente. As vezes é ali, logo ao lado, olhando pro mar, buscando esperança que um novo amor hei de encontrar... enquanto isso? Hei de me resignar com a resiliencia que é de mim, presente. Hei de me amar enquanto assisto, amante, o ir e vir do mar.

Phelipe Ribeiro Veiga
21 de julho de 2011 - 12:37

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Luíza

OBS: Eu AMO essa sua foto.


Ah Luíza, Luíza, Luíza...

que é o mundo sem o teu gingado, sem esse teu balanço de quadris que embala a rotação de tudo? Se o sol e a lua disputam o céu pra te ver sorrir, que são as estrelas senão penduricalhos no vazio, comparados ao teu olhar? Se és tu, meu colo, meu calor, o ânimo que me deixou no início de tudo nasceu em ti.Tu és força da natureza nada natural, és uma vontade de ser contagiante, és proposital, és atraente, atrativa, és Luíza. Cada movimento seu faz graça, faz sorrir, passaria o dia ali a te contemplar ser, fazer, estar... És única, és somente, és sozinha por falta de espaço pra que qualquer outra coisa ou pessoa seja próximo a ti. És tanto que nem sei o que sobra de mim ali, eu me misturo feito água e óleo. Sou diferente, mas não me acho enfim, somos. É em ti que se realiza meu sonho, em ti que se assombram meus medos (e fogem), de ti que correm desesperados os meus desassossegos, porque diante desse sorriso que abre céu e faz luzir mil sóis, que sombra pode haver? Nem mesmo o assombro do meu ser te resiste mulher.
Te contemplo, te venero, me devoto, e por tanto frio que passei longe de ti, saiba, eu quero estar sem ser, ali, em ti, sem fim, até que não sejamos mais, e as cortinas de teu espetáculo, do qual sou mero figurante, se fechem.

Até lá e além eu te amo, meu momento instantâneo de felicidade.

Phelipe Ribeiro Veiga
11 de Julho de 2011 - 14:52

Faço disso uma declaração de um amor que só me dei conta do tamanho quanto te abracei de novo depois de tanto tempo. "Quão errados podemos estar?" =]

domingo, 10 de julho de 2011

Sobre o grande amor, sol e sombra








No princípio achei que tinha encontrado o grande amor, depois achei que tinha me enganado, depois conclui que fui enganado, e agora... compreendi finalmente que, mesmo tendo sido usado e enganado isso nada tinha a ver com o grande amor, que está em mim. Cada atitude, cada carinho, cada momento é meu para dar a quem eu quiser. Carrego em mim um mundo de lagartas esperando por um bom jardim para transformarem-se numa nuvem de borboletas, outra vez, e ser feliz, e fazer feliz quem a isso desejar. Julguei você, sombra hipotética e adoecida que precisa de tanto pra ser e de tão pouco pra não ser, meu sol. Que erro. O sol jaz em mim, sempre esteve, bastava acendê-lo.

Ah mas só lastimo por uma coisa, o tempo que te dei. Foi um grande desperdício, uma vã consumação de nada, um exercício de coisa nenhuma, um passatempo seu, um contratempo meu. Porque se é ser infeliz que você queria, se eram doses diárias de insensatez e desassossego, porque diabos não me disse? Eu teria te apagado com a ponta dos dedos molhadas do cuspe da minha sanidade, como o fiz hoje. Ainda fede a fumaça de ti, fagulha, mas logo passa. Jaz passado. Eu? De dentes escancarados abocanho o futuro, com a coragem que tentei te mostrar, mas que você não quis, com a vontade, o desejo e a devoção que disperdicei com você.

Agora não tenho dó, suas mentiras te pesam o peito, o meu amor (que é só meu) me move adiante... agora entendo porque você cantava sobre virar passarinho, nascestes desprovido de asas desde já, já eu alço vôos sem medo de abismos, porque se eu cair, sei, meu amor será maior.



Phelipe Ribeiro Veiga

10 de Julho de 2011 - 12:28




"Não seja leviano com o coração dos outros. Não ature gente de coração leviano."

Pedro Bial

domingo, 3 de julho de 2011

Rio abaixo




Vejo
de longe tua quilha
recorte da noite e do dia à beira do mar,
vejo-te descendo Rio, abaixo,
e sobre ti o Céu,
e tua vela maravilha de braços abertos,
vejo as luzes das tuas cabines,
a iluminação das varandas
feito navio, vais, sem sofrer a partida, partes,
feito pavio deixas de ser
Ah rio, pois sei que o Rio do meu riso já não existe mais
desceu, Rio abaixo.

Phelipe Ribeiro Veiga
04 de Maio de 2011 - 23:40

Sobras de um poente


O que sobra de um dia de sol que se fechou chuvoso?
Sobras.
Sobra a lembrança de uma meia alegria, de um possível mergulho (que esperava-se porém não aconteceu), sobra uma carta guardada no armário, um anel de madeira jamais promovido a metal, uma flor estragada numa caixa, outra murcha numa pia, e mais flores murchas no peito, duas paredes a serem apagadas, a minha com os ditos de nossa curta e densa historia, a sua com uma poesia que você musicou, e por falar em musica, dentre tantas coisas sobra uma música que você me negou, sobra a saudade dos sonhos sonhados, só, sobra a estupidez de ter amado só, uma chapinha destinada ao lixo, uma raiva de si, uma saudade... De si, sobra a mágoa de ter recebido a sobra, sobra a lembrança da unica viagem que fizemos, onde os medos não couberam na bagagem(e foi perfeito), sobra a minha vergonha de compartilhar meu fracasso, engano e auto-piedade, sobra o desgosto previsto num sonho na nossa última noite, noite essa sem abraços e muitos incômodo, sobra a sensação, o sentimento, a lembrança, o aprendizado, sobram a partir daqui todas as possibilidades do mundo, e a lição maior que deve ser posta em prática, aprendida da dor de ter sido rejeitado um bom futuro por um mal passado, o passado precisa passar. Mas enquanto não passa... Fico contando as sobras da minha ignorância feito gari que ao chegar na Praia em final de feriado cata os grãos de areia e deixa o lixo lá, é o que sobra, meu peito arranhado por ignorancia minha, seu peito pesado por uma culpa mesquinha... Eu vou, e você, ancorado ficará. É, isso é o que sobra. E seguimos nós, apartados, com suas versoes próprias de sua própria história, razoes e motivos, esperando esse nó(na garganta) se desfazer, o coração se acostumar a andar só de novo, sem beijos nem cafuné, e concluo, que dó, nós restamos.



Phelipe Ribeiro Veiga
03 de julho de 2011 - 05:25

(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...