Fico a pensar no que me conquista nas coisas...
O que me apetece?
O que me acontece?
O que me amortece?
A resposta não sei que sei...
Não quero admitir... mas irei!
Eu, amante das profundezas das coisas
amante da complexidade das coisas mais simples (e simplórias)
Eu, amante do que não se pode ver, daquilo que não existe
me apeteço pelo superficial.
É a pele, o sorriso, os dentes...
É o toque, o jeito de falar
É a voz, o que diz e o que sente
É a imagem a me enfeitiçar...
É o andar que se monta a cada passo
é a mão que toca no copo a mesa
é o jeito que me olha amarrando o cadarço
E cada ação de sua bruta delicadeza...
Quem diria... o que me apetece é a beleza!
Aquela com data de validade
aquela fugaz
Aquela que é pura vaidade
E que não demora pra sempre se vai...
Fico a pensar...
Como poderia ser diferente
se da objetividade das coisas é que sou dissidente?
Busco a beleza na folha, no orvalho, em toda cena
como evitar isso se pra mim tudo é poema?
sou o que sou e já não me confundo
Profundamente superficial
Superficialmente profundo.
Acho que farei poesia
até "nos fins dos meus mundos"...
[PH]elipe R. Veiga
------------------------------------------
"Se até o poeta larga o livro, sente o perfume de uma flor no lixo... e fuxica."
Cazuza
"As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental."
Vinícius de Morais
