imagens de mim diferentes de mim
Des-Conheci-me.
Aprendi que há em mim estações quentes e frias, florescimento e frutificação.
Aprendi que tenho em mim desertos e jardins, reinos de trevas e de luz.
Aprendi que sou dono de vida e de morte (em meu coração)
Aprendi que existe guerra e fome, e festa e celebração
tenho conhecido um mundo inteiro dentro de mim.
Tenho me conhecido, me aceitado, me entendido, me confortado...
Aprendi que há em mim alguns lugares que jamais foram explorados
e outros que já foram tão explorados que não cabe mais ser habitado,
e estes deixarão saudades eternas.
Aliás, conheci minhas saudades, meus erros (os quais alguns deles seguirei errando, pois sou o que sou, e mais ainda... o que quero ser)...
Aprendi que saúde e paz não é um desejo, é uma construção.
Aprendi (e tenho aprendido) a importância do sossego,
e tenho convivido em revolta com as vicissitudes do apego.
Aprendi que a morte me assusta sim, principalmente quando é a dos outros que amo,
Aprendi que a perda é o preço de todos os ganhos, como o adeus é o desfecho de todo encontro.
Aprendi que amar é uma coisa que nunca se saberá fazer, aprendemos muito tarde, e o amor não dura tanto assim, não dá tempo. E por falar em tempo, aprendi que o tempo não dá tempo, mas nos dá tantas outras coisas, tantas reviravoltas e idas e vindas...
Sobre o amor, aprendi que nossos corações não tem olhos, eles tateiam o universo a cada pulsar, e as vezes nos esbarramos, e ao contrários de nós, tolos homens, nada no universo intenta o pra sempre, tenho aprendido isso com as folhas que secam, os dias que se põem, os anos que passam, com todo o universo...
E sigo assim aprendendo e reaprendendo, construindo e desconstruíndo tudo isso, achando-me constantemente equivocado sobre todas as coisas...
Aliás, por falar em equívocos, aprendi que não sei absolutamente nada sobre mim,
vivi numa tribo miúda achando que habitava o maior império da terra, mas como meus ancestrais, vieram fatos de além dos mares trazendo consigo sustos e sobressaltos, e muitas novidades, eu estava errado...
errado sobre a unica coisa que certamente sempre estarei errado...
estava errado sobre quem sou.
Até breve.
(Sempre) Com amor...
Phelipe Ribeiro Veiga
30 de Dezembro de 2010