domingo, 27 de dezembro de 2009

Aos Nós Basta - 27 de Dezembro de 2009 - 14:20


Vão dizer e vão falar
vão citar os nós do nosso amor.
Vão refletir e se desgastar
tentando achar razão em sua dor.

Vão dizer mal e mal dizer
e diante disso ignorarei todo este dito
Pois a nós bastará tão somente saber
O NOSSO AMOR FOI DENTRE TODOS, CERTAMENTE O MAIS BONITO!!!

[PH]elipe Ribeiro Veiga

PS: Saudades...

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Quem ama não esquece quem ama
O amor é assim
Eu tenho esquecido de mim
Mas d'ela eu nunca me esqueço

Por ela esse amor infinito
O amor mais bonito
É assim nosso amor sem limite
O maior e mais forte que existe

Roberto Carlos



quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Rosas - 24 de Dezembro de 2009 – 00:34


Foto: Nossas rosas e a camisa que você usou naquele dia...



Acordei pronto pra ceder ao pranto
Fui comprar nossas rosas e esperei minha carona…

Ela atrasou…

No caminho pensava em nós, lembrava de nós
Chorava de fora pra dentro só pra ninguém perceber…

Parecia que ia te encontrar, pensava em tudo que queria dizer
Tudo que queria pedir
Falar
Declarar
O quanto precisava chorar…

Seria um ano juntos
Estariamos certamente, mais uma vez
Deixando o mundo inteiro acordar e a gente indo dormir…
Porque juntos nosso dia nascia sempre feliz e inundado de ternura…

Pensei em tudo que perdi

O seu jeito de andar quicando
Tentando a cada passo se distanciar desse mundo

Agora contemplas aturdido todas as nossas vaidades

Costumava pensar o quanto você estava perdendo por não estar aqui
Agora penso no tudo que você pode ter ganho

Quem perdeu fomos nós…

Ironia… seu novo endereço? Jardim das Rosas…
Essas que tem me falado tanto de si mesmas ultimamente…
Ando dividindo nosso amor com elas…

Aquela grama remechida sinalizava um verdadeiro terremoto
Parecia meu coração
Todo fora de prumo e tentando se remendar em meio as fissuras deixadas…

Compreendi que assim também estava você em mim
Subterrâneo, alimentando minha existência
Me fazendo mais forte
E fazendo florescer na superfície dele coisas que farão ele ficar mais bonito

Os romanos diziam que as rosas acalmavam a alma dos mortos
Costumavam cultivar suas próprias rosas para o momento da morte
Hoje aquelas rosas venceram os canhões da nossa morte

Levei obviamente duas rosas
Pois lá jaz um corpo
Mas duas almas
A minha
A sua
A nossa.

Voltarei lá mais vezes
E plantarei rosas sobre nós
Pra que nossas almas estejam sempre acalmadas
Até que possamos nos encontrar de novo.

Te amo

PS: Saudades.


[PH]elipe Ribeiro Veiga
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_Quer namorar comigo?
[silêncio...]
_Não sei...
_Não sabe o quê?
_Suas cortinas não combinam com meu sofá!
_Quê?!
_Claro que quero!!!
[23/12/2009]
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Por Causa do Nosso Amor – 21 de Dezembro de 2009 – 21:10




Viver sem você não é viver

É definhar em minha vida a tua… que já não mais é

Onde já não somos, mas…

Que poder tem nosso amor…

Por ele minha pulsasão é ignorada

Meus passos são silenciados

Toda realidade é tolice

Por causa do nosso amor

Nada sobrou

Estou contigo e tu comigo, eu tem ti, tu em mim…

Meu peito é o abrigo da vida que de ti restou

E vivo pra não deixá-la morrer

Respiro hoje por mim e por você

Respiro, acordo, falo, me movimento

Tudo isso só pra jamais te esquecer

Nosso amor fez isso

Morri contigo

Tu vives comigo

Viver a dois é dificil

Viver por dois?

Muito mais…

Muito mais quando se já morreu

Quando tudo o mais já se perdeu…

Mas quando se perdeu tudo

O que mais há pra se temer…

Perder?

Agora tenho tudo

Porque não tenho nada

Não tenho nada

Porque não te tenho

Não tenho medo

Porque já morri…

[PH]elipe Ribeiro Veiga

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“O homem, nascido de mulher, é de poucos dias e cheio de dificuldade. Nasce como a flor, e murcha; como uma sombra passageira, não permanece.”

Livro de Jó 14:1,2

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“Pelo que julguei mais felizes os que já morreram, do que os que ainda vivem”

Salomão - Livro de Eclesiastes 4:2

domingo, 13 de dezembro de 2009

Dói - 14 de Dezembro de 2009 - 05:04



Dói
Saudade dói
Perder dói
Sofrer dói
Existir dói
Viver dói
Lembrar dói
Esquecer (se possível é...) dói
Dormir dói
Sonhar dói
Acordar dói
Sangrar dói
Chorar dói

Não te ter? Dói mais que tudo...

[PH]elipe R. Veiga

E lá vou eu carregando a herança que me deixastes... ou sendo carregado por ela...

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Desespero - Paulo Marques (Paulovsky)

A alma do mundo não me chega…
As alegrias não me dão o oxigénio…
O sol não me aquece…
Os amigos não me chegam…
Quero-te.

Fonte: http://pensamente.wordpress.com/2006/05/06/desespero

sábado, 12 de dezembro de 2009

Reflexões do Subsolo do Paraíso – 12 de Dezembro de 2009 – 14:16




Eis que acenderam uma vela no paraíso e a fumaça veio descendo
e formando nuvens escuras em nosso torpe céu. E eu estava a desperdiçar mais uma
tarde a encarar os esmos céus (a espera nem sei do quê) quando fui tomado por
uma reflexão a respeito desse nosso lugar que nada mais é que o subsolo do
paraíso. Subsolo porque está abaixo, e porque é permeável e permite que desça
pra cá tudo que de lá é expurgado. Comecei a questionar o porque de aqui
estarmos nós soterrados… afinal, quem habita o subsolo senão insetos, vermes e
mortos?! Deus! Faz todo sentido!




Mas foi ai que a história ficou mesmo interessante…

Me ocorreu um fato… Acaso não se enterram também os tesouros? E nessa reflexão adormeci… e embarquei navegando na fumaça daquela mesma vela…

Tive então um sonho de mil dias onde Deus nosso Senhor roubava dos devaneios adormecidos de Seu Pai, o implacável Senhor de coisa nenhuma sua idéia mais insana. A construção de uma colônia subterrânea habitada por vermes, mortos, insetos e diamantes, e enterrou-a secretamente. Assim sendo, desde então Deus descansa sentado em cim de seu tesouro secreto e roubado. E em meu sonho Ele me contou todos, isso mesmo, absolutamente todos os segredos do que é, do que não é, e do que deixou de ser.

Óbvio que ao acordar eu esqueci de tudo isso, que a propósito, só conto aqui porque faz algum tempo, tudo que me resta é sonhar, e me esconder neste mundo onde não há interdítos.

E me pego agora com o coração a berros mudos pedindo e implorando:

“Deus! Desenterra-nos, se acaso somos mesmo teu tesouro, pois apodrece sob teus eternos passos todo o teu ouro!”

[PH]elipe R. Veiga

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Janela Quebrada – 11 de Dezembro de 2009 – 21:40


Faz algum tempo já!

Tua atitude vai ficando no passado e vai se tornando cada vez mais presente. Com aquela derradeira estupidez tu quebrastes o vidro da minha janela. Agora essa chuva pode entrar. E logo eu que costumava passar as tardes da minha tola existência a ilusionar cada pôr do sol por detrás do que hoje é esse vidro, esse coração estilhaçado! Agora estou aqui, encharcado com essa tempestade da qual as nuves de origem são meus verdes olhos que você costumava elogiar tanto, agora vermelhos pela fúria das águas.

E é amargo pois nada foge a verdade, a água tudo revela. Eu estou aqui pingando realidade e invejando dia após dia as janelas distantes, invejo as alucinações dos ditos loucos e dos ditos sãos.

Queres saber a grande verdade que a chuva me trouxe?

Que estupidez!

É só uma questão de tempo…

[PH]elipe R. Veiga

"Aqueles que sofrem, aqueles que se consomem, desejam descanso; Não desejam o horror da continuação de uma vida pessoal, o ilusório e o horrível escárnio do credo cristão. Todos os homens desejam descanso, repouso. O descanso, o repouso, é pois a condição da felicidade. Mas ai! A matéria está em perpétuo movimento."

Fernando Pessoa

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Intocados - 8 de Dezembro de 2009 - 23:57


E foi descendo encosta abaixo
rodeando os riachos
desenhando os montes
desaguando na baía
delineando os bairros
moldando os elevados
erguendo os prédios
enterrando os bondes
derrubando os cortiços
multiplicando as covas
fazendo crescer os pequenos
fazendo cair ao chão as folhas das árvores
fazendo abrir cada flor, murchar cada flor
e as ruas se multiplicam
as casas, condomínios
e vão nascendo, crescendo, (re)produzindo e morrendo
e seguem os homens
e segue o rio, e o de Janeiro
e segue fevereiro, março...
segue o tempo
descendo encosta abaixo
rodeando riachos...

Assistindo a tudo isso
em algum banco de praça
estamos eu, sua ausência
e nosso amor...
absolutamente intocados...

[PH]elipe R. Veiga


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"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo."
(Mario Quintana)
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And I'll remember you
And the things that we used to do
And the things that we used to say
I'll remember you
That way
And everything you hoped would last
It just always becomes your past
It hurts
(Remy Zero - Perfect Memory)

domingo, 6 de dezembro de 2009

Desaguar – 06 de Dezembro de 2009 – 22:01



Eis que a vida não é nada

É apenas uma ciranda que segue a entreter os desocupados

Eis que a vida é uma divina mancada

Que faz de todos os homens igualmente culpados

Eis que o dia segue cinzento

E em cada esquina buscamos razão de viver

Eis que nos falta paz e alento

E resignosamente seguimos tentando ainda crer

Eis que o que há de bom se dilui no mal do mundo

E o que temos se perde no que perdido está

Eis que a bondade é a vaidade de corações vagabundos

E o paraíso que se espera, acreditem, jamais sequer existirá.

Eis que a vida é um ponto final entre o sujeito e o predicado

Uma frase interrompida sem sucesso na emissão da mensagem

Eis que “a vida é” mesmo “um adeus demorado

Eis que minha vida é uma tempestade de muito esperada estiagem.

Não há nada

Nada…

Nada é o mar onde o rio de todas as coisas deságua…

E é pra lá que seguimos todos…

E pra quê nadar contra a correntêsa?

Eu vou tão somente boiar

Contemplar os tons do céu

As aves a voar

Os relâmpagos e raios…

Sentir a chuva

Estar vivo é estar na chuva

Até que eu desague no mar dos esquecidos

Talvez lá haja paz…


Talvez…


[PH]elipe R. Veiga

"Morrer é dormir, sonhar talvez." - W.Shakespeare

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Semente - 19 de Novembro de 2009 - 00:38



Eis que éramos como uma fruta.
Uma bela e suculenta fruta,
mas antes que pudéssemos ser colhidos
um pé de vento nos lançou ao chão!
Agora apodrece o que somos
e nossa semente é exposta
e a terra abre a boca cheia de dentes, faminta
para receber o que sobra de nós

E está exposta o que ela almeja,
a semente de um novo tempo!

[PH]elipe R. Veiga
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"Os poderosos podem matar uma, duas ou até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera."

Che Guevara


"O inverno cobre minha cabeça, mas uma eterna primavera vive em meu coração."

Victor Hugo

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

DmI(rmão) - 11 de Novembro de 2009 - 02:04



Meu mineiro espivetado
de andar desajeitado
de porte esguio
e cabelo bagunçado


Meu irmão carinhoso
de olhos fechados
sorrindo fogoso
pra todos os lados


És alguém que me faz feliz
e que me afasta de todo o fim
és o irmão que sempre quis
e que Deus deu de presente pra mim


Há muito mais que dizer
e direi em um abraço quando te encontrar
Há muito mais para se viver
e tudo isso contigo, meu irmão, quero compartilhar


(Por isso beba menos e pare de fumar rs) (aiaiai!!!)
cuide de você, porque de mim estarás a cuidar
O que com isso quero expressar?
é facil...


Preciso de você!


=]


[PH]elipe R. Veiga


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"Fica com Deus e se cuida! Seu irmão te ama! Quando ficar triste, lembre disso. Porque quando eu fico, isso me faz levantar!"


SMS recebida em 17 de Out de 2009 - 20:52


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Hoje Acordei - 10 de Novembro de 2009 - 11:30






Hoje eu acordei com sono.
Me senti meio feito de pano de chão ensopado
pingando minha identidade enquanto caminho...

Suando palavras, piscando sentimentos que horas são, horas não...

Hoje acordei meio aDormecido
meio em dúvida quanto a real idade das coisas

Hoje eu acordei menos eu e mais uma outra coisa qualquer...
Hoje eu acordei sem saber se estava deitado ou se estava de pé...

Será que fui eu que levantei ou o mundo que caiu?
Está tudo tão diferente
e mais do que sempre me sinto tão dissidente...
Mas o fato é simples...
é simples?

Hoje eu acordei...
Hoje eu acordei?

Não sei...

[PH]elipe R. Veiga

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"E então acordado de todo, rio, quase alto, de me ver assim, como se me visse nu por baixo da nudez, como se me conhecesse esqueleto da alma, e uma alegria pontiaguda valsa nos meus devaneios. Que Tristeza!"


"Mas nada é coisa pra mim, senão as ficções dos meus sonhos, e essas são nadas por direito próprio. Ainda quando tenho o prazer de os sonhar, tenho a amargura de conhecer que os sonho."

Fernando Pessoa
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sentença Vital - 06 de Novembro de 2009 - 02:11


A vida é feito a escrita de uma frase
Com sujeito, predicado e pontuação.
As vezes o sujeito é composto,
as vezes oculto,
as vezes simples,
as vezes o sujeito é você,
sou eu,
são outros.
Quem decide é o autor, ou seja, eu e você.

As vezes construímos com a vida uma exclamação
uma interrogação
uma afirmativa
uma negativa.

A vida segue assim, sendo escrita pela tinta de nosso suor e lágrima e sangue
pela ponta de nossas decisões e escolhas
Pelo punho de nosso caráter, incluindo qualidades e defeitos.
A vida segue mudando de sujeito, de predicado, de pontuação,
com pausas, com vírgula, com travessão...

A vida é escrita e são tantas as possibilidades de rima
são tantas as construções possíveis
Quanto a mim? Estou a reescrever a minha... e ela é reticente com sujeito oculto e predicado desconhecido...

Espero que pelo menos ao fim dessa sangria literária que é a minha vida
possa eu me valer da rima construída, suada, chorada, sangrada, vivida...

que seja ao menos vívida... "intel(e)gível"

Mas nessa escrita atual tão desordenada
sinto saudades do sujeito composto que tinha com você...

É nesse dicionário de saudades que sigo reticente
tentando continuar minha escrita
minha poesia chula e torpe

Meu amor
a saudade é tanta
que não adianta ser (d)escrita...
ela segue sendo vivida, dolorida...

Que saudade...

...

[PH]elipe Ribeiro Veiga

"A vida é um adeus demorado"
Fernando Pessoa





quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Amanhã - 29 de Outubro de 2009 - 00:45

Foto: Natália Lages
Dores infinitas
Problemas insolúveis
Erros irreparáveis
Saudades eternas
E tantas outras coisas imutáveis
Tal qual o passado que não volta atrás
Mas para todas as outras coisas

Existe o amanhã...
Existe?
Não sei, amanhã eu descubro...

[PH]elipe R. Veiga
"Nem tudo que acaba aqui deixa de ser infinito"
Saudades...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Melhor e o Pior - 27 de Outubro de 2009 - 10:09


O que fazer?
As mais belas paisagens que nossos olhos puderam ver
foram as que vimos enquanto viajavamos pelo corpo um do outro
ainda me lembro de cada detalhe...
Os melhores sabores destilamos dos lábios um do outro
E que beijos eram esses, não?! Inacreditáveis
Roubavas-me o fôlego e me levavas próximo ao afogamento
Me afogava em teu beijo.
O mais belos discursos eram enunciados pelo encontro dos nossos olhares.
O melhor amor foi o nosso com certeza, complicado mesmo, mas perfeito pra se amar
Talvez perfeito exatamente por ser complicado.
Tu eras na medida até nos defeitos.
O melhor lugar? Essa é fácil, seu abraço.
A melhor canção? Seu sorriso, sua gargalhada insana
ria de sua inocência enquanto você achava que era de suas piadas
Sua inocência era encantadora
E que sorriso lindo!
Principalmente quando vinha acompanhado de um "eu te amo" que parava meu coração.
E agora? O pior de tudo?
Como posso continuar depois de tudo isso perder?
Como sinto sua falta, como amo você...
Dizem que você habita em mim, só em mim agora
mas por mais que eu procure
tudo que encontro sou eu mesmo, e mesmo assim pela metade
Da rosa só o que sobrou foram os espinhos
o aroma, a textura, as pétalas e o vermelho (que sempre foi minha cor favorita)
tudo lembrança
tudo espinho
Tudo saudade
Em tudo
amo você!
Até nos espinhos...


[PH]elipe R. Veiga
"_Acho que não nascemos um pro outro..."
"_Se eu não nasci pra você, eu não nasci pra ninguém!"
(L)

domingo, 25 de outubro de 2009

Não, Sei, Nada Sei - 25 de outubro de 2009 - 12:31


Penso na superficialidade das coisas
e na superfície das coisas
penso nas coisas
e penso, e peso as coisas
e sinto as coisas
e toco as coisas
e vejo as coisas
e percebo as coisas
e faço das coisas coisas que não sei
sai de mim cada coisa
que coisa é essa?
No fim a coisa que tenho que perceber, percebo
ela me persegue de costas
olhando-me nos olhos
andando de costas pro resto das coisas
e percebo que o que resta é o resto
o resto das coisas é o que resta
a vista resta de uma outra vida
o hoje resta de ontem
amanhã restará de hoje
e eu... resto de você
resto em meio as coisas que restam
e de mim... o que será que há?
o que será que há de restar?
Não sei...
nada sei...


[PH]elipe R. Veiga

Refletindo os restos sobre os restos do que resta... no espelho...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ponto Final (… ? !) – 15 de Outubro de 2009 – 20:37


De todos os covardes, eis que eu sou o mais miserável deles

Pois sou covarde até diante da minha própria covardia

Opróbrio, meio homem, meio nada, sigo na margem da vida dos outros

Pelos outros, nos outros, com os outros, tão dos outros que já não sou meu, que já não sou eu, desde que deixei de ser seu, eu já nem mesmo sou…

Metade, ou metade da metade, ou ainda um décimo disso

Uma fração, uma divisão, um resto

Lixo não reciclável

Uma parte de um todo inexistente,

Um ser dolorido e inexpremivelmente carente

Pratico diariamente a mendicancia de cuidados e carícias que deixaram de existir

A cada dia sou menos

A cada dia dói mais

A cada dia a noite é mais longa

A ausencia é mais presente

O vazio é mais completo

Irremediável, irreparável

Dói

Ponto .

Ponto final…

Se ao menos houvesse um ponto final

Mas em mim há exclamações, interrogações e reticências apenas

Há penas

Tão miserável sou que me compadeço de mim mesmo

O mundo é uma grande engrenagem

Que faz minha dor seguir adiante…

Crescente

Reticente

Sem jamais encontrar um ponto onde se ache um final

Sem jamais encontrar

Um ponto final (…) (???) (!!!)

Sem jamais

Sem mais…

Sem

Você

Sem

Mim

Sem

Nós

Sem…

[PH]elipe Ribeiro Veiga

sábado, 3 de outubro de 2009

patrick!


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... ... ... ...
...Quanta Saudade...
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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Nós Somos Nós - 06 de Abril de 2009 - 14:58


Fico pensando nos teus olhos e vejo
vejo como somos nós
vejo como somos nós
embolados,
amarrados

nós somos nós


e vejo que somos rosa
com pétala, aroma e espinho
E leio que somos prosa
Palavras que ex-correm em nossa mente sediciosa.

São rimas velhas e palavras esteticamente colhidas
são vivências múltiplas e feridas ex-colhidas

Ai que somos tanto
um tanto mais
Somos um pouco de guerra

com uma pitada de paz.


E somos tão nós

que de nós já não se acham as pontas

e somos tão mar
que de longe afogam-se nossos olhos em nossas ondas
Somos nós

...
reticentes
...

contínuos...

somos a razão em pessoa

correndo em pleno desatino


Sou eu

Sou você

Sou nó

Somos nós

nós

Nós somos nós...


[PH]elipe R. Veiga

quarta-feira, 25 de março de 2009

Coração Atrasado - 25 de Março de 2009 - 11:09


Teu amor era tanto!
Eu não sabia o que fazer com ele. Como quem ganha uim brinquedo muito bom e sonhado, mas no fim, simplesmente não sabe como montar, e seu amor veio, definitivamente sem manual de instruções. Era diferente dos amores de antes, minha experiência em montar amores não me valia de absolutamente nada.
E por um tempo até tentei brincar, mas por não ter conseguido montar esse amor, decidi então todo estupor por tamanho amor não demonstrar, tive medo de não saber, de sofrer, de não saber brincar.
E fui indo, e fingindo.
E fui me enganando, e te encanando.

Até que você se cansou...

Bem no momento onde eu encaixava as primeiras peças
me tomastes o brinquedo bem no momento onde eu descobria o que era preciso pra se brincar.

Enfado, cansaço de me asistir em meio aquelas peças com cara de confuso, é isso que vejo em seus olhos.
Tua pele sempre tão quente gela pela frieza do teu olhar.
Ai de mim, tardio em sentir, preciptado em falar...
Ai de mim que agora hei mesmo de ficar sem poder brincar...

Ai de mim, homem de coração sempre atrasado...
que pulsa certo já quando o momento é passado..

[PH]elipe R. Veiga
E chegou o inver (s) (n) o...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Corredores – 11 de Janeiro de 2009 - 4:29


Ela vestiu seu melhor vestido
Pôs os brincos, as meias e os sapatos
A maquiagem e o prendedor de cabelos

E desceu as escadas em direção a rua
Ela estava talvez meia hora adiantada

E no caminho ela revivia os momentos
Ressentia sentimentos
Sorrindo pela rua
Lembrando do doce sabor do passado

O banco frio da praça fria a esperava
E ela nele, o esperava

Com os pés pendurados
Ela batia os pés um no outro

E era amargo lembrar que ele já não era o mesmo
Seu olhar, seu toque, seus beijos, e o toque em seu seio

Deu a hora e ele não chega
Ela olha pro céu, sente a brisa
Ele se atrasa de novo

E ela pensa no que fazer
Em como refazer o que se desfazendo está

Ela passa a mão no cabelo, 
Consulta um pequeno espelho

E pensa nas últimas palavras que trocaram
“não sinto mais a mesma coisa” dizia ele
E ela se apegava ao que se lembrava
E ao que já não havia, ao que não mais se tinha

Levanta, anda de um lado pro outro
Consulta o relógio do moço que corre na praça

“Vou lhe dizer o quanto o amo” planeja ela
E ela esquece que dela ele se esquece

Quarenta minutos de atraso
O celular está desligado
Ela ajeita a aliança no dedo


“Porque as coisas tem de ser assim?” sussurra
E se sente só, se sente pó, sente de si profunda dó
E na garganta um imenso nó

Ela senta, abaixa a cabeça, solta o cabelo

Enxuga a lágrima

Uma hora de atraso
Ela passa a mão sobre a saia do vestido
Desenrugando a alma
Tirando a poeira do colo

Ela levanta

Pensa porque esperar mais?
Se o melhor de si já havia sido dado
E o melhor dela já por ele havia sido tomado
E o melhor dele já lhe havia sido negado?

“Porque esperar? Corra!” Pensou

O vento no cabelo, os brincos caídos no chão
Uma trilha melancólica completa a cena
E as lágrimas soltas no ar
Corre descalça sem pena

Ela tira os sapatos, 
Ela tira de si os aparatos
Tira a aliança
E corre feito uma criança

Sem rumo ela se encontra
Pelo caminho procura se perder
E mais do que nunca sente-se pronta
Para sobre os próprios joelhos simplesmente ceder

E ela desaba...

Três meses atrasado

Ele lhe leva flores
Toca a campainha
Escreve-lhe uma poesia
E deixa-lhe na escrivaninha


Ela não vestiu seu melhor vestido
Não pôs os brincos, as meias e os sapatos
Nem a maquiagem ou o prendedor de cabelos

Ela desceu as escadas em direção a rua
Ela desceu totalmente nua

Olhou nos seus olhos e disse:

Eu estava nua, eu era tua
Deixastes me esperando sem dó
Amarrou em meu peito um nó
“Não sinto mais a mesma coisa”

Ele desaperta a gravata
Joga longe os sapatos

E a flor no chão, a poesia no coração
Ele chorava pelo preço do amor que atrasou
Ele corria por um tempo que chegou e passou...

E corria... e corria como tantos outros...
Com tantos outros... 
Corria...

Nesses corredores da vida
Só o que fazemos é correr
Só o que somos nos corredores
É corredores...
Esperando nossa hora de correr
Nessa corrida sem chegada

Quanto a ele? Ele corria...

[PH]elipe Ribeiro Veiga

(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...