quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ponto Final (… ? !) – 15 de Outubro de 2009 – 20:37


De todos os covardes, eis que eu sou o mais miserável deles

Pois sou covarde até diante da minha própria covardia

Opróbrio, meio homem, meio nada, sigo na margem da vida dos outros

Pelos outros, nos outros, com os outros, tão dos outros que já não sou meu, que já não sou eu, desde que deixei de ser seu, eu já nem mesmo sou…

Metade, ou metade da metade, ou ainda um décimo disso

Uma fração, uma divisão, um resto

Lixo não reciclável

Uma parte de um todo inexistente,

Um ser dolorido e inexpremivelmente carente

Pratico diariamente a mendicancia de cuidados e carícias que deixaram de existir

A cada dia sou menos

A cada dia dói mais

A cada dia a noite é mais longa

A ausencia é mais presente

O vazio é mais completo

Irremediável, irreparável

Dói

Ponto .

Ponto final…

Se ao menos houvesse um ponto final

Mas em mim há exclamações, interrogações e reticências apenas

Há penas

Tão miserável sou que me compadeço de mim mesmo

O mundo é uma grande engrenagem

Que faz minha dor seguir adiante…

Crescente

Reticente

Sem jamais encontrar um ponto onde se ache um final

Sem jamais encontrar

Um ponto final (…) (???) (!!!)

Sem jamais

Sem mais…

Sem

Você

Sem

Mim

Sem

Nós

Sem…

[PH]elipe Ribeiro Veiga

Um comentário:

Fruto que vem da terra seca disse...

Você é mais valioso do que pensa ser.Não és metade e sim um todo, colaborador dos seres...Sua carencia pode ter fim, a partir do momento que você regressar ao seu primeiro caminho, ao caminho do teu Inspirador, daquele que te ama incondicionalmente.

bjus *-*

(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...