sexta-feira, 7 de março de 2014

Sobre o amor, coisa quieta...



Às vezes é preciso deixar o amor coisa quieta, sem cutuca-lo, sem chacoalha-lo, deixa-lo lá, imóvel, sem conferir se está vivo. Às vezes é essencial ao amor um descanso, e até um descaso, mesmo quanto aos seus batimentos (taqui)cardíacos. Deixa dormindo, refletindo, re-sentindo. Deixe-o que se for, foi, e terá ido, e se ficar, farar-se-á mais a si mesmo, o amor confortável é sempre mais amável. E não se deve, nessas vezes, temer algum rancor (o ronco do amor), quem sabe um ressentimento ou dois. Porque não há opostos no mundo, senão compreensões. Desamar e Amar, chorar e sorrir, pensar e sentir, estar junto ou sozinho. Feito a perna esquerda e a direita, sem esses revezamentos, na Vida, não chegaríamos a lugar algum.

 

Phelipe Ribeiro Veiga

07 de Março de 2014 – 15:51

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