domingo, 22 de fevereiro de 2015

Hoje por um segundo me bateu uma melancolia considerável. Nostalgia talvez, saudade de uma coisa qualquer. Uma cor, um cheiro, um som, não sei dizer. Há uma verdade naquilo que sentimos que mesmo sem sabermos qual é precisamos escutá-la. É feito um segredo sussurrado por nós mesmos aos nossos próprios ouvidos. Não convém calar. Mesmo quando é ferida, não convém suturar. O sangrar faz parte da cicatrização. Hoje eu senti o cheiro dos impossíveis que carrego no peito, sejam eles reais ou fantasias. Senti o sabor das minhas limitações, das minhas incapacidades. E em meio a esse lago calmo e de águas paradas e de odor duvidoso que se empossou diante de mim reside uma ilha toda florida pela satisfação de ser capaz de nomear tudo isso. Há.

Phelipe Ribeiro Veiga
22 de fevereiro de 2015 - 18h34


Creio no mundo como num malmequer, 
Porque o vejo. Mas não penso nele 
Porque pensar é não compreender ... 
(...)
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... 
(Fernando Pessoa)

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(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...