terça-feira, 1 de junho de 2010

Carta ao Mar - 1 de Junho de 2009 - 16:16


Meu amor,


hoje meu telefone tocou para me lembrar de que a vida continuou sem você... e o que me assombra mais é perceber que a minha também tem seguido rio abaixo, ao encontro do grande mar onde desaguam todas as vidas, deixando-te náufrago rio acima, fitando-me ao longe com olhos de adeus.

Meu tesouro passado, ausência presente... que falta você me faz.

Hoje descobri que teu corpo sucumbiu e deixou no lugar um espectro, uma sombra de ti chamada saudade, que me abraça, me segura, me empurra adiante.

Descobri sobre ti, fórmula exata e tardia do meu desejo, que tu és minha predileta razão pra descer ao encontro do mar, moldando os leitos do mundo, arrastando-me pelos dias, fazendo-os durar, dando-lhes intensidade e cor, para que meu caminho até lá gere histórias, valha a pena, e ao chegar lá, onde você me aguarda com olhos de boas vindas, possa eu ter muita coisa pra contar.


Com imensurável saudade e amor.


Phelipe R. Veiga

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Time ask no questions, it goes on without you
Leaving you behind if you can't stand the pace
The world keeps on spinning
Can't stop it, if you tried to
This best part is danger staring you in the face
You Gotta Be - Des'ree

"Iluminar a vida já que a morte cai do azul" - Caetano Veloso

Um comentário:

gorettiguerreira disse...

Como pode um amor tão imenso separados?
Lindo poema!
Amamos também distantes quando somos almas gêmeas querido amigo.
Belíssima foto retratando tua saudade e tua dor.
Bjs Goretti

(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...