domingo, 3 de agosto de 2014

Sem título.

Queriam-me assim?! Pois bem! Assim estou... Ou quem sabe pior, sou! E aparece-me no espelho, como uma espinha imensa na ponta do nariz em dia de cerimônia, a sensação de que não sei ser de outro modo. Ensinaram-me (ou aprendi) errado. Rasuraram meus mapas todos, sabotaram meus valores. Ninguém me avisou que tudo queria dizer o contrário, e será que agora não é tarde?! Onde há verdade senão no desdizer de tudo que me cerca?! Como me reinventar quando percebo que pouco me fiz, e me deixei ser feito acidentalmente além do que gostaria, dei muito poder aos dias, fui permissivo com as circunstâncias erradas? Hoje vivo um grave cisma. O que fazer?! O que ser?! Ah engano! Malditos sofismos modernos! Acreditei! Que lástima! Que cisma! Hoje o espelho se ri de mim! Vontade de adentrá-lo e espancá-lo por sua ingenuidade e prepotência de achar que sabia em quê acreditar! Não é de mim vangloriar outros pelos enganos que cometo. Tendo mais ao contrário, mas dessa vez...  Cai! 

Phelipe Ribeiro Veiga
3 de agosto de 2014

"Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço (...)" Livro de Jeremias 17:5

Um comentário:

Beatriz Adrien disse...

Achei tão lindo esse... Talvez confiar no outro seja um erro gigantesco, mas há no mundo quem só diga verdades a nosso respeito. Sobre espancar o espelho, uma vez você me mandou um texto escrito por você que se chamava a conquista do espelho, e eu juro que passei a me ver diferente depois dele. Ca estou eu, com mais defeitos do que a menina que você conheceu, mas me amando ainda mais. Acho que ele ainda serve para você, só leia essas palavras do teu eu do passado.

(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...