domingo, 27 de novembro de 2011

Leidenschaft



Paixão.
Uma corrida a ermo. Um tentativa despreocupada com o sucesso. Antes teme-se desesperadamente os dez mil novecentos e setenta e três fracassos possíveis. Nela o sucesso é simples, é sutil, é só te ter ao lado, ao alcance do olfato, entres os braços e os laços que são abraços meus. Nessa corrida desvairada, nesse aforismo silencioso onde se implode o peito apaixonado, a sombra é o medo. A sombra da paixão é o medo. É uma sensação de se ter tudo, absolutamente tudo no seio teu, todas as conquistas de todos os impérios não são mais gloriosas, o apaixonado sabe o que é ter o mundo a seus pés, basta ter-te por perto, e me deitar sobre ti e ouvir-te pulsar o coração provando, "minha satisfação está viva!", e me assombro, pode SE PERDER, SE QUEBRAR, MORRER, PARTIR, ESQUECER, DESAPARECER, DEIXAR DE QUERER... DEUS!!! Estar no encontro com a paixão, retribuído, enlaçado de tal modo que não se acham pontas nossas, não deveria acontecer. Algo tão pleno é certamente pecado, como aprendemos de nossos antepassados queimados e enforcados, malditos. Deus não deve gostar! Tal plenitude, aprendemos, só poderia se dar em um encontro com o próprio Deus ou com a Loucura, e talvez seja mesmo um dos dois. Sei, apaixonados são tolos, e eu o mais tolo deles! Somos desnaturados, ou sobrenaturais talvez, sei que somos feito um rio que resolve fugir do mar e correr ao contrário... corremos do fim certo e natural das coisas... porque todo apaixonado é cheio de fé, vencemos o mundo se preciso for, porque ninguém crê mais na vida e em Deus do que quem enloquece de amor!
Paixão.

Phelipe Ribeiro Veiga
27 de Novembro de 2011 - 11:33

2 comentários:

joci Sampaio disse...

;)

Heliomar melo disse...

Muito bonito o poema. Na verdade nao entendo muito de poemas, so sei apreciar.

27.11 foi meu aniversario.

Grande abraco.

(...)

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