quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sobre um dia de chuva na cidade.



Enquanto os Anjos a mando de Deus lavavam a cidade a conta-gotas, enquanto os homens reclamavam de estarem molhados, enquanto os carros chiavam no asfalto ensopado, enquanto o céu se acimentava de nuvens sobre minha cabeça, enquanto os rostos rotos me ignoravam todos, enquanto o mundo deslizava molhado sob meus pés exaustos de fazê-lo girar... eu só pensava no medo que sentia... na febre de saudade que me acometia... nos olhos seus... nos lábios meus... nos teus... enquanto eu vivia tudo isso você estava por aí, num lugar onde não sei e não conheço, fazendo algo que nunca te vi fazendo, indo a algum lugar que nunca estive e sendo quem comigo você nunca é. Enquanto o mundo desabava erodido lentamente eu refletia os caminhos que aquele gotejar poderia abrir na minha pele, no meu rosto, na minha alma e sombra, no nosso recém nascido amor. Que medo de afogá-lo, que medo de perdê-lo, aliás nada é mais frágil que um amor novo. Quem disse que o amor lança fora o medo definitivamente nunca esteve apaixonado, muito me
nos por você.

Phelipe Ribeiro Veiga
16 de Novembro de 2011 - 23:34

2 comentários:

Anônimo disse...

Só vou comentar porque já estou aqui. rs Achei lindoo e meio molhado de amor. Sorte pra você escritor!

joci Sampaio disse...

"Muito Me
Nós Por Você." Lindo isso, desculpe a audácia, mas eu sugiro o trecho supracitado como título.

(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...