segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Reflexões Sobre viver.




Tudo velho de novo. A Vida insiste em alguns pontos, e por mais que eu entenda que há propósito em cada simples impulso de seu fluxo natural e desproposital, me canso de reabrir as mesmas feridas, e cuidar para sará-las de novo e de novo...

A sofisticação alcança tudo ao redor, mas o peito bate do mesmo jeito primitivo que batia há dez mil anos. Por dentro nada mudou. O que ocorre, tristemente é que só florescemos as sementes que a natureza vem semeando na gente de tempos em tempos. Em tudo que somos bons, ficamos melhores. Em tudo que somos mal, nos tornamos piores. Achamos formas certas de fazer as coisas erradas e assim seguimos com pressa se sermos seja lá o quê, chegarmos seja lá onde...

A pequenez se engrandece de ano em ano. Convenço-me da finitude, dói-me saudades de quem se foi, sente-se medo da ida de quem está, e receio pelo quê e quem está por vir. Enobrece-me a minha condição humana enquanto ser profundamente covarde que sou. Tudo que minha espécie fez não foi para promulgar a grandeza da Vida, a imensidão do fato de estarmos aqui, intensificar a nossa experiência enquanto seres vivos e sensíveis a nós mesmos e aos que nos cercam. Tudo que nós fizemos foi dissolver o que somos no máximo de dias possíveis, com o mínimo de riscos, com a maior probabilidade de... durar.

Tenho tentado seguir um caminho excelente. Fugir da sobre-vivência. Mas horas há que minha natureza medonha fala mais alto e atropela minhas paixões. Quem sou? O que sou? Há tantos... Calemo-nos. 
No silêncio pode morar a paz. Pode ser que more... 
Tolices...

Phelipe Ribeiro Veiga
24 de Dezembro de 2012 - 12:17




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