quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sobre um momento de angústia.



Chega sexta-feira, sábado, domingo, passam feriados e o meu expediente não se encerra. O ofício de ser quem sou não me dá descanso, e pra completar meu desempenho é completamente duvidoso. Estou em ebulição. ESTOU EM EBULIÇÃO! Não cabe mais. Transborda,  sai pelas unhas, pelos poros, pelos olhos, pela boca, até nas palavras minha. Conto os segundos nos movimentos repetitivos das pernas, nos batuques dos dedos na mesa, a taquicardia da Vida espanca meus dias. Eu tenho medo e horror e sinto euforia e ansiedade, ansiedade, muita ansiedade... 

Me pré-ocupo de todos os dias, e só quero que o hoje passe, mas o amanhã nunca chega, é sempre o mesmo hoje de todos os dias... aonde vou parar? O que ou quem há de me parar? Onde mora a alforria de o quê, onde, como e quando estou? Para onde foi a minha paz? Há dias prezava pelo momento presente, agora só queria dormir. Descansar de mim e da minha própria companhia. Dormir.

Phelipe Ribeiro Veiga
23 de Maio de 2013 - 18:46

"Longe se vai sonhando demais, mas onde se chega assim?" - Milton Nascimento


Um comentário:

Ingrid disse...

tudo passa...
e o tempo..
beijo Phelipe

(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...