sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sobre certeza e mornidão.


Esse texto eu escrevi em 28 de outubro, encontrei sem publicar, é bom rever o passado. Quando sabemos de onde viemos, entendemos melhor porque estamos onde estamos. O passado mais do que justifica, nos responsabiliza pelo presente. 



É esse toque de loucura dos nossos encontros que mais inflama o que somos, essa irresponsabilidade, esse proibido. É que eu to cansado da dúvida se o que vivo é bom ou ruim, certo ou errado. Ao menos contigo eu tenho a certeza! Certeza de que não deveria, certeza de que estou andando em brasas, queimando os pés e que isso cedo ou tarde vai doer. Com você eu ando tendo a certeza de que estou cometendo uma loucura, de que pra nós dois é errado, e de que você sequer sabe o real significado, o preço dos detalhes. É uma investida solitária, eu passeio pelo seu corpo sem a preocupação de ganhar visto pro seu coração, sou turista em suas curvas, fotografo com beijos molhados suas mucosas, e guardo com um gosto já de passado o seu cheiro. 
E por falar em passado, as vezes já me pego te conjugando assim. É um senso de realidade cruel esse, mas é tão saborosa a certeza, mesmo que seja a certeza do erro.

Ao menos sei que és quente, e em que sentido és quente. A mornidão ainda me amarga a lingua, me fere os olhos feito um cisco. Cansei das pessoas mornas, das suas quase mentiras, meias verdades, crises e indecisões. Abraço hoje a certeza do que não somos e gozo como amor algum jamais me fez gozar... 
Assim somos passados pra trás, e só o que importa é o nosso sincero, honesto e tenaz desejo. Ao menos nele eu posso verdadeiramente acreditar, com certeza. É... tudo é tão certo, que me pergunto... o que será de nós?

Phelipe Ribeiro Veiga
28 de Outubro de 2011 - 00:08

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