quarta-feira, 20 de março de 2013

Sobre o ódio.




O ódio de todos é meu também. Fecunda de tragédia a minha paisagem.

É quando a alma que encontra o seu lugar no amar a outro ser, que amando faz a cama, faz seu lar, alma que foi feita para amar se descumpre, se encurta, não faz nada, e é aí que ela odeia tudo o que vê. Ela odeia a futilidade que é ser assim espelhada nos olhos de outras almas que ela não pode amar. A alma que só encontra motivo pra desencontro, é porque desencontrou-se de seu eixo, de seu lugar de orbitar. Distanciou-se do centro de si, esfriou-se. A Vida nela perece. A alma que odeia está só até de si, pois não sendo o que é, não se é coisa nenhuma. É feito o botão de rosa que jamais se abriu, a rosa que jamais foi rosa.

O ódio é o ócio da alma.

Phelipe Ribeiro Veiga 
20 de Março de 2013 - 18:37






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