domingo, 30 de outubro de 2011

Sobre um golpe de Estado.



Por enquanto é isso mesmo!
É essa invasão minha sem necessidade de coalizão, de peito aberto, arma na mão, de força bruta pra arrancar cada beijo, suspiro e pensamento. Por enquanto eu ando declarando leis marciais no território teu, ando furtando seu tempo em atos institucionais que não te permitem nenhum habeas corpus. Te tomo pra mim por assalto. Mas isso é só por enquanto. Já ouviu falar que por trás de todo opressor há um emissário de amor? Incompreendido e mal aplicado, confesso, mas tenaz, verdadeiro, bruto, rígido, feito nossos corpos em nossas horas de volúpia.

Mas é isso, eu até intento por redemocratizar o nosso amor, mas não agora, enquanto tuas vaidades fazem passeatas! Enquanto te arriscas cair num "Comum-nismo" que vai te estatizar como um todo, te roubar teus louros, te fazer ordináriamente homogeneizado, igual, sem graça, cheio de idealizações e pouco feliz. Eu te devolvo o poder, eu me rendo, ponho armas no chão, devoto a ti fidelidade e servidão, mas só quando eu souber... é verdadeiramente meu o seu coração. 

Mas por enquanto meu amor, nada de revolução, a não ser a minha egoísta, ególatra e intensa invasão. Vou bombardeando o interno de tuas coxas com beijos que trazem a ti uma grande explosão, cada sorriso é um agente infiltrado na tua mente e coração. Estou em guerra meu amor, e objetivo assim nada mais, nada menos que a sua completa e incondicional rendição, já que sem te deixar perceber eu, forte e armado, já me encontro a teus pés em completa servidão. Você se rende? Porque por enquanto é isso mesmo, é mãos ao alto e arma no chão.

Phelipe Ribeiro Veiga
30 de Outubro de 2011 - 17:41

Um comentário:

Thamires Teixeira disse...

romance politicalizado, muito bom.

(...)

Eu vi uma casa se despir. Era uma despedida. Se despia dos quadros das paredes e exibia as marcas do tempo como um corpo que, após usar por ...