terça-feira, 5 de maio de 2015

Sem título

Há nesses instantes de dissabor uma fome, vontade química, apetecimento sensorial, apetite de gente. Vontade de comer e ser comido, de mastigar e ser mastigado mas sem engolir ninguém. Vontade de sentido. Falta desse consumir-se sem verbo nem palavra, nessa execução sumária do desejo. Estranho contato com a realidade das coisas que chamam gente e a que chamo eu mesmo, no instante onde sou menos do que necessito de mim satisfaria me desgastar de todo. Feito folha já seca, incendiar-me. Fora disso, tudo segue sem significado. A Vida é impossível de verbalizar.

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(...)

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