sábado, 27 de fevereiro de 2021

Sobre o fim da picada.



Há ruas que esperam meus passos em diversos cantos do mundo. Há esquinas onde ainda pisarão meus sonhos e cafés onde eu irei reconstruí-los. Há uma muda de árvore num canto desconhecido de mundo debaixo da qual ainda descansarei em sua sombra. Pássaros ainda não nascidos irão compor canções pros meus momentos. Há, por aí, grandes amigos ainda desconhecidos e antipatias a serem colecionadas que hoje são tão indiferentes a mim quanto a vida das amorosa das abelhas. Tem abraços que receberão meus momentos difíceis que ainda nem conhecem meu nome. A vida, ainda que sendo curta, sabe ser grandiosa. 

É pensando nos trajetos inesperados que já fiz e nos que ainda farei que eu tento aliviar a minha patente carga dramática de saltar do Gênesis ao Apocalipse a cada fato que me acontece. 
Eu sigo aqui e nada é o fim da picada.

Phelipe Ribeiro Veiga
27 de fevereiro de 2021, 14h15

"Bom é não saber o quanto a vida dura ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora sem culpa nenhuma" (Zélia Duncan/ Mart'nália)

"Mesmo no que se repete permanece a novidade: 
A vida, em sua plenitude sexual, ainda conserva a virgindade." (Marla de Queiroz)




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(...)

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